Preocupado demais com o cenário político? Seu sono está conturbado pelas discussões? Preparamos um guia para ajudar nesses dias de estresse e ansiedade
Por André Biernath
Eleições 2018 equiliíbrio mental ansiedade
A eleição deixou todo mundo com os nervos à flor da pele (Foto: Nelson Junior/SAÚDE é Vital)
Independentemente do seu candidato preferido, uma coisa ninguém nega: o Brasil atravessa o período eleitoral mais conturbado e acirrado de sua história recente. Num mar de notícias falsas, acusações e debates, muita gente tem encontrado dificuldades para dormir bem e cumprir com suas obrigações diárias. Parece que a cabeça está somente ligada no rumo futuro do país, que será decidido nas votações marcadas para o dia 28 de outubro. É muito estresse!
Para ajudar a manter a sanidade nas próximas semanas, nós conversamos com a psicóloga Ana Maria Rossi, diretora da Clínica de Stress e Biofeedback, em Porto Alegre, e copresidente da Divisão de Saúde Ocupacional da Associação Mundial de Psiquiatria. Abaixo, a especialista elenca estratégias para se manter informado e defender seu ponto de vista sem abalar a saúde emocional ou acabar com os laços familiares e de amizade:
1. Pegue leve com as redes sociais
“Estamos numa eleição que tem suscitado um nível elevadíssimo de emoções nas pessoas. Nesse meio, há fanáticos que sempre buscam o conflito”, observa Ana Maria. No Facebook, no Twitter, no Instagram e no Whatsapp, é comum encontrar postagens com comentários e conversas cheias de acusações — algumas falsas, outras verdadeiras…
Para não se chatear, evite acessar esses sites e aplicativos a todo momento. Se quiser ficar por dentro das conversas ou até participar ativamente delas, o melhor é reservar um período específico do seu dia para isso. Assim, você não é atrapalhado pelas infindáveis notificações a todo momento – isso causa uma ansiedade sem tamanho.
2. Priorize as fontes confiáveis de notícias
Um dos principais fenômenos desse pleito são as famigeradas fake news, factóides mentirosos produzidos anonimamente com o intuito de prejudicar a campanha dos candidatos aos cargos do poder executivo. De tabela, essas mentiras ainda acirram os ânimos dos eleitores.
O melhor método para fugir dessas pegadinhas é buscar sites confiáveis, como aqueles mantidos por grandes empresas de jornalismo, organizações não governamentais ou instituições públicas. “A chave é se informar e não se deixar influenciar. Para isso, confie em opiniões balizadas e não caia na tentação das fofocas e dos insultos”, completa a psicóloga.
3. Não entre constantemente em situações de conflito
Vai participar de algum evento social com sujeitos que têm opinião contrária à sua? Ótimo! O debate saudável e o respeito às diferenças é um dos pilares fundamentais de toda democracia.
Agora, se você acha que a conversa pode descambar para a baixaria e para os ataques pessoais, melhor evitar a fadiga — até porque o embate não será nada produtivo e não levará a lugar nenhum. Na medida do possível, encaminhe o bate papo para temas mais leves e agradáveis.
4. Aposte numa atividade relaxante
Está estressado com a última pesquisa de intenção de votos? Não aguenta mais ouvir promessas e planos de governo? Se desligue de tudo e faça alguma atividade gratificante. Vale jogar videogame, bater uma bolinha com os amigos, ler um livro… o que você preferir. Respire fundo e dedique um tempo a algo que faz bem e te deixa feliz.
5. Priorize seu bem-estar e sua saúde
Adotar um estilo de vida saudável também é essencial. “Sem exageros nas bebidas alcoólicas, no café e nos alimentos açucarados, que nos deixam ainda mais agitados”, sugere Ana Maria. Também preste bastante atenção ao seu sono. Evite mexer em aparelhos eletrônicos (televisão, celular, tablet, computador…) duas horas antes do encontro com o colchão e o travesseiro.
Tente sempre dormir e acordar nos mesmos horários do dia (até durante o final de semana e os feriados). Crie um ambiente aconchegante e confortável no seu quarto. Essas três atitudes já farão toda a diferença no descanso noturno.
6. Não antecipe catástrofes
O Brasil vai virar uma Venezuela? Vamos voltar à época da ditadura militar? De pouco adianta ficar sofrendo por fatos que ainda não aconteceram sem fazer nada. “Se, apesar de tudo, o candidato que eu não gosto se eleger, ele fica no cargo por quatro anos, não por toda a vida”, raciocina a especialista. Temos que confiar na Constituição e na solidez das instituições estabelecidas democraticamente. “Não devemos nos seduzir por pensamentos catastróficos e antecipatórios que só geram incerteza, angústia e ansiedade”, completa.
Fonte: Saúde Abril
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