29 de março de 2024
Rodrigo Constantino

Deputado propõe projeto que veta demissões na Eletrobras: viva o cabide de emprego!


O deputado Lindomar Garçon (PRB-RO) apresentou à Câmara dos Deputados um projeto de lei que visa proteger os postos de trabalho dos empregados da Eletrobras em caso de privatização da estatal, informou a Agência Câmara de Notícias nesta quinta-feira (27).
Conforme o projeto, os empregados da Eletrobras, inclusive os em estágio probatório à época da venda, poderiam ser lotados em outras empresas públicas, na esfera do governo federal, em sociedades de economia mista ou ter a opção de permanecer nos quadros da empresa compradora, mantendo os direitos adquiridos.
Os planos de privatização da Eletrobras foram anunciadas ainda em 2017, mas o tema foi praticamente arquivado neste ano. Mas a expectativa é que o assunto tenha andamento no governo de Jair Bolsonaro, cujo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, defende uma agenda mais liberal.
Segundo Garçon, sua proposta impedirá que um número significativo de trabalhadores fique sem emprego por uma decisão do governo.
É mole? Pela brilhante lógica do deputado, por que parar aí? Nenhuma demissão deve ser tolerada! Vamos apenas remanejar os cargos, não importando a produtividade. Os fabricantes de lampião estariam empregados até hoje, em qualquer função, só para não perderem seus empregos…
No Brasil predomina a cultura do emprego, não do trabalho. A maioria quer um cargo, de preferência com estabilidade e sem cobrança de resultados. Por isso o setor público foi inchando, inchando, inchando, enquanto os serviços vão piorando, piorando, piorando…
Não há qualquer necessidade de ser eficiente. As estatais, que cresceram muito em quantidade durante a era petista, viraram apenas isso mesmo: cabides de emprego. E o deputado sequer tenta esconder a realidade triste. Se não haverá mais tantos cargos disponíveis nas estatais, após privatizações, então vamos criar uma lei obrigando que essa turma seja realocada.
O importante é não perderem o emprego! Não importa se terão ou não trabalho, um que seja demandado pela sociedade de fato. Vamos encostando os companheiros em cargos públicos, e claro, cobrando seus votos depois, nas próximas eleições: “Olá, eu sou aquele camarada legal que apresentou aquela lei para proteger o emprego de vocês”.
É uma piada de mau gosto. Se a Eletrobras puder demitir boa parte de seu quadro de pessoal, isso é porque essa gente não era essencial para o funcionamento da empresa. Terão, portanto, que buscar trabalho no livre mercado, como fazemos todos nós, reles mortais, os otários que pagamos a conta dessa farra toda.
Fonte: Gazeta do Povo

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