13 de outubro de 2024
Turismo

Alsácia – parte 2

Tenho uma amiga querida, senhora de grande beleza em todos os sentidos, que sempre me disse que a dica de bem viver consiste em, além de cuidar da saúde, você fazer planos, sempre. Não importa a idade, nem a situação financeira. Tenho pensado muito nela ultimamente e por isso sigo com meus posts sobre turismo – não por alienação frente à situação atual, mas… por quê não planejar uma viagem para um futuro, quem sabe não tão distante?

Uma visita a Strasbourg é uma excelente opção de viagem. (Fonte: Mônica Sayão)

E assim complemento hoje meu post sobre a Alsácia, agora falando sobre Strasbourg, sua capital. A cidade, de 280 mil habitantes, na fronteira da França com a Alemanha, tem encanto todo especial. Fundada pelos romanos onde permaneceram nos séculos I, II e III d.C., disputada por França e Alemanha por 4 séculos (assim como toda a Alsácia – ver meu post anterior) e, definitivamente anexada à França após o término da II Guerra Mundial, em 1945, Strasbourg ostenta um glamour especial pela miscigenação das duas culturas, que são bem distintas, a francesa e a alemã. De uma maneira simplista, eu diria que come-se lá salsichão, assim com fois-gras, sem discriminação.
Há um centro histórico medieval maravilhoso, assim como lindas construções renascentistas e art-nouveau. Há também um bairro “alemão” neoclássico, e outra região onde estão construções contemporâneas porque Strasbourg é uma das três capitais do Parlamento Europeu.
A maioria das atrações da cidade encontra-se na Grande Île, uma ilha no centro de Strasbourg, rodeada por canais do rio Ill, que é um afluente do rio Reno. O próprio Reno passa ao largo e determina a fronteira entre a França e Alemanha.

Mapa do centro de Strasbourg: as principais atrações encontram-se na Grande Île
(cor verde mais claro no mapa), que podem ser visitadas a pé. (Fonte: wandertoes.com)

Principais atrações:
1) Catedral Gótica de Strasbourg:
Construída sobre as fundações de uma basílica romana, foi até o século XIX a mais alta estrutura do cristianismo, quando então a catedral de Colônia tirou-lhe o título. Começou a ser erguida em 1015, mas demorou séculos até sua conclusão. Não é para causar espanto: quem admira sua fachada toda ornamentada, de pedra rosada típica da região, vai logo entender o motivo da demora.

A catedral se apresenta assim, de repente, no meio das construções. Um impacto!
Em estilo gótico com fachada completamente ornamentada.
(Fonte: Mônica Sayão)
Rosácea sobre a entrada da catedral. (Fonte: Mônica Sayão)
Tenho dezenas de fotos dessa fachada incrível. E viva o zoom da minha câmera!
(Fonte: Mônica Sayão)
Interior da catedral. (Fonte: Mônica Sayão)

No interior da catedral os destaques são os vitrais e o Relógio Astronômico. Para quem tiver fôlego e pernas vale muito subir os 332 degraus para se chegar ao alto da torre. A vista de lá é deslumbrante num dia bonito de sol.
2) Maison Kammerzell:
Na mesma praça da catedral, encontra-se a Maison Kammerzell, dos séculos XV e XVI, um dos edifícios mais famosos da cidade. Sua fachada é toda trabalhada em madeira. Hoje é um restaurante de gastronomia alsaciana. Apesar de não ter jantado lá, tenho boas recomendações de sua comida.

A Maison Kammerzell se destaca na praça da catedral. (Fonte: Mônica Sayão)
Mais de perto, detalhes muito lindos. (Fonte: Mônica Sayão)

3) Place Kleber:
Ainda próximo da catedral encontra-se a Praça Kleber, a mais importante da Grande Île. É uma praça ampla, muito simpática, e é onde acontece o famoso Mercado de Natal, um dos mais importantes da França. Aliás, as cidades da Alsácia, tanto as pequenas como as maiores, ficam deslumbrantes na época natalina. Parecem saídas de um conto de fadas.
4) Petite France:
É minha região favorita, e junto com a catedral, são os dois mais importantes cartões postais da cidade.
Localizada no sudoeste da Grande Île, margeando os canais do rio Ill, é uma das áreas mais históricas de Strasbourg. Era ali que os artesãos moravam e trabalhavam, principalmente os curtidores de pele, pescadores, açougueiros, todos que dependiam da água para executar seus ofícios.
As casas coloridas, em estilo enxaimel, as ruas estreitas, as pontes e canais, e as flores colorindo ainda mais o cenário, criam um conjunto arrebatador.
Há diversos restaurantes e lojinhas que completam a alegria dos turistas.

Bairro Petite France, com todo o seu charme. (Fonte: Mônica Sayão)
Passeio de barco pelos canais dá uma ideia ótima da Petite France.
(Fonte: Mônica Sayão)
Tudo muito lindo na Petite France. (Fonte: Mônica Sayão)
A gente não cansa de fotografar… (Fonte: Mônica Sayão)

5) Barragem Vauban e Pontes Cobertas:
A barragem foi construída no século XVII, como sistema de defesa da cidade, usando a água como arma. No caso de invasão inimiga, a barragem poderia causar uma enchente na parte sul de Strasboug afastando o perigo iminente. Uma ideia engenhosa!
A dica ao visitar Vauban é subir ao terraço panorâmico, que proporciona uma vista excelente das Pontes Cobertas e, mais ao longe, da Petite France.
As Pontes Cobertas são do século XIV. São o que sobrou das muralhas que protegiam a cidade. Mantiveram este nome mesmo quando perderam seus telhados no século XVIII.

Imagem da Barragem Vauben tirada a partir das Pontes cobertas, que não são mais cobertas, diga-se de passagem.
Dá para ver “Ponts Couverts” em primeiro plano.
(Fonte: Mônica Sayão)
Pontes Cobertas (que não são cobertas mais), com as três torres fortificadas e a catedral ao fundo.
Imagem a partir da Barragem Vauben. (Fonte: escolhaviajar.com)

6) Parlamento Europeu:
Em contraponto a toda essa atmosfera do passado, tão charmosa e acolhedora, nos deparamos com a região onde foram construídos os edifícios do Parlamento Europeu. Terminada a sua construção em 1999, numa região afastada do centro histórico, tem arquitetura contemporânea e de grande escala, rodeada por gramados e canais, o que dá um equilíbrio à frieza do aço e vidro. Não é visita fundamental, mas acho interessante conhecer.

Parlamento Europeu. (Fonte: Mônica Sayão)

7) Parc de l’Orangerie:
Há várias parques em Strasbourg, mas o meu favorito é o Parc de l’Orangerie. Acho que é o favorito da maioria dos locais, e fica cheio nos fins de semana. Não é próximo do centro, por isso é pouco conhecido pelos turistas.
É o mais antigo parque da cidade e o que mais me encanta nele são as cegonhas. Símbolo da Alsácia, correndo risco de extinção, centenas delas foram reintroduzidas no parque em 1971. Elas estão por toda parte, geralmente em seus ninhos alimentando seus filhotes. Muito lindo! Mais uma vez o zoom da câmera me proporcionou imagens especiais.

As cegonhas da Alsácia no Parc de L’Orangerie. (Fonte: Mônica Sayão)

Há várias maneiras de chegar a Strasbourg: de avião, trem ou carro. É possível fazer um bate e volta a partir de Paris num trem de alta velocidade, o TGV. Mas acho uma pena só passar o dia porque há muito o que ver. Há bons museus e ótimos restaurantes.
A cidade é muito alegre porque tem uma grande população de estudantes, a segunda maior da França. Vale passar pelo menos duas noites.
Podem começar a planejar…

Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

    4 Comentários

    • Edwiges Chiapetta Azevedo 5 de abril de 2020

      Monica querida, viajei outra vez por esses lugares tão lindos, através de suas fotos maravilhosas,valeu!!!!!!

    • Mônica Sayão 5 de abril de 2020

      Edwiges querida,
      E assim a gente vai ocupando a mente com assuntos agradáveis, que nos transportam pra tempos muito especiais, que certamente voltarão!
      Muito obrigada pelo carinho de sempre!
      Bjs
      Mônica

    • Leila M P Vieira 6 de abril de 2020

      Monica, adorei, sabe que eu estava muito esquecida desta viagem e o que me fez recordar imediatamente, além das suas descrições, foi o dvd que vc nos presenteava, as fotos estão tão magníficas que tive vontade de entrar pela tela do computador. Quem sabe um dia podemos repetir? Bjs

    • Mônica Sayão 6 de abril de 2020

      Leila querida,
      Enquanto separava as fotos me lembrava dessa viagem, que foi tão especial!
      Adoraria voltar à Alsavia com vcs!
      Obrigada pelo carinho,
      Beijos
      Mônica

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