
Pense num escorpião preso numa bacia com água em volta. Vai rodear infinitas vezes e não vai encontrar saída. É assim que deve estar se sentindo Alexandre de Moraes.
As tentativas de proibir os bancos nacionais de cumprirem as regras da lei Magnitsky não são viáveis. Toda movimentação financeira é gerida pelo sistema SWIFT.
Nenhum banqueiro vai prejudicar milhares de clientes e operações internacionais em detrimento de uma única pessoa. Mesmo sendo ele um ditador.
A vida do verdugo brasileiro será um bocado complicada. E por prazo indefinido.
Nem mesmo em outro mandato presidencial será possível um perdão.
Um transgressor de direitos humanos não fica bonzinho de um dia para o outro. É uma questão de índole.
É possível imaginar o misto de frustração, tristeza e ódio que ele deve estar sentindo.
Um homem que chegou no topo do poder, é milionário, agora tem que carregar dinheiro em espécie porque seus cartões de crédito e contas bancárias foram cancelados.
O que se pode esperar dele é ainda mais vingança. Não vai recuar um milímetro em suas decisões. Ao contrário, vai endurecer, porque é da sua natureza.
Se até agora ele não se apiedou das pessoas que mantém aprisionadas, sem julgamento, por meras acusações de crimes não cometidos, espera-se que as esqueça.
É um homem doente, um caso clínico de psicopatia, irremediável. Nenhum Rivotril dá conta.
Ele vestiu a capa de carrasco, se armou e vai até o fim com sua missão de eliminar Jair Bolsonaro. Tudo engendrado nas entranhas do poder. Ele topou assumir esse papel e está cumprindo.
Seus pares estão se afastando. Barroso está choroso por abandonar sua mansão de 22 milhões em Miami e suas aulas egóicas em Harvard. O soturno Gilmar está negociando até com Bolsonaro, para que a Magnitsky não o pegue. O visto americano já perdeu.
Dino está furioso, cuspindo fogo e tentando proibir o que não lhe cabe porque a lei não é dele. Não é o mesmo que ir de peito aberto à Maré, possivelmente para ver o sobrinho traficante, segundo dizem.
Aos poucos, os demais dirão que não têm nada com isso. Mesmo que Moraes esteja sentado sobre a capivara deles.
O Torquemada dos trópicos está manietado e cada vez mais só. É como acabam os tiranos.
Napoleão conquistou a Europa e tornou-se o homem mais poderoso do Velho Continente em seu tempo.
Nomeou-se imperador, fez as antigas monarquias se ajoelharem, inclusive as remanescentes do sacro império romano germânico. Perdeu poucas batalhas, mas em Waterloo, em 1815, capitulou. Foi o confronto final e a sua derrota.
Mandaram-no para a ilha de Santa Helena, de possessão inglesa, no meio do Atlântico, entre a América do Sul e a África. Distante do mundo civilizado. Um lugar ermo, inóspito e de poucos habitantes. Nenhuma fragata para resgatá-lo. Seis anos depois, ele morreu sozinho aos 51 anos, de causas não reveladas. Só hipóteses. Possivelmente de úlcera, devido a seu temperamento sanguíneo.
Assim acabam os tiranos, no ostracismo absoluto. A maior pena é ter que suportar a si mesmos e aos seus erros.
Moraes, em seus devaneios, possivelmente, se pergunta: por que eu me meti nisso? Não há nada pior do que sofrer privação.
Sem liberdade financeira e sem cartão de crédito, terá que pagar suas contas em espécie.
E como gosta de coisas boas, terá que andar com maletas e cupinchas para todo lado. Será um homem visado pela bandidagem.
Uma vida comezinha, que ele mesmo escolheu.
O rei está nu!!!

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.