Gustavo Petro, o guerrilheiro colombiano do M-19 é outro que logo vai entrar no foco de Donald Trump. Sim, ele ainda é, apenas saiu da clandestinidade para continuar cometendo crimes no poder, apesar de sua atuação mais recente como político.
Agora, sob ele pesa também a suspeita de estar por trás do atentado, realizado em sete de junho passado contra o senador e pré-candidato a presidente da república Miguel Uribe Turbay, para as próximas eleições de 2026, que resultou na sua morte, em 11 de agosto passado.
O jovem senador, de 39 anos, foi alvejado com três tiros durante um comício em Bogotá, dois dos quais na cabeça. Permaneceu hospitalizado em UTI lutando pela vida durante três meses.
Ele recebeu os tiros de uma arma Glock de 9 mm de um adolescente que se insurgiu em meio ao público e disparou. Foi para matar mesmo. A ordem era essa, retirar o senador das eleições presidenciais de 2026.
Uribe era do partido de direita Centro Democrático. Não figurava entre os mais cotados, mas era uma promessa futura do conservadorismo.
Estava em ascensão na política colombiana e foi retirado de cena de forma cruel, reprisando as histórias de violência contra presidenciáveis e políticos no país.
Apesar das poucas chances na disputa presidencial, Uribe era um nome de peso. Sua biografia foi marcada por fortes acontecimentos. Ele era neto do ex-presidente da República Júlio César Turbay (1978-1982), pai da jornalista Diana Turbay (mãe de Miguel), sequestrada e morta pelo narcotraficante Pablo Escobar nos anos 1990.
A política colombiana é historicamente uma das mais violentas do mundo. A lista de candidatos a presidente da república assassinados no país soma sete nomes, incluindo Uribe: Jorge Eliécer Gaitán – liberal (1948), assassinado durante o “bogotazo”; Jaime Pardo Leal – esquerda (1987); Luís Carlos Galán – liberal (1989); Bernardo Jaramillo Ossa – esquerda (1990); Carlos Pizarro Leongoméz – ex-M19 (1990); Álvaro Goméz Hurtado – conservador (1995), morto durante um voo; e por último Miguel Uribe (2025).
As investigações do assassinato de Uribe levaram a um grupo de quatro criminosos liderado por Elder Artuaga Hernández, “Chipi” ou “Costenho”, conhecido criminoso, que teria executado o plano e armado o jovem que efetuou os disparos. O mandante, óbvio, não vai aparecer.
Gustavo Petro disse logo após o atentado ser um “ato isolado” de um adolescente, que está detido sob proteção do estado, com todos os direitos garantidos, como se fosse um ato pueril.
Mas terrorista será sempre terrorista. Está no seu DNA criminoso.
O presidente colombiano é um dos integrantes ativos do Foro de São Paulo. Se inspirava em Hugo Chávez e agora vê em Lula um modelo de liderança para a criação da Unasul (integração latino-americana de esquerda). O sonho dourado de José Dirceu, Lula, o chavista Maduro e das ditaduras latino-americanas arcaicas, como da Nicarágua, a cubana, que mata seus cidadãos de fome.
Não seria portanto nenhuma novidade supor que Petro sinta nostalgia de seu passado e tenha tentado extirpar do seu caminho sucessório um político que tinha chances de crescer, mesmo não sendo o nome favorito da direita, cuja preferência é da jornalista Vicky Davila.
O próprio advogado da família de Miguel Uribe, Víctor Mosquera, disse que mais de 40 tweets em uma rede social confirmam que Petro hostilizava o senador com discursos de ódio. O que revela a evidente preocupação de que tinha que tirar Uribe do caminho. Mas é uma hipótese.
Porém, há outras disputas locais que prometem incendiar ainda mais as 17 pré-candidaturas há pouco mais de 250 dias das eleições. Tudo isso em meio a uma conjuntura conturbada.
Petro não pode se recandidatar porque no país não há mandatos consecutivos, além de quatro anos. Mas ele tem seus próceres para dar continuidade à agenda progressista, com preferência para o atual senador e candidato, Gustavo Bolívar, do Pacto Histórico, o PT de lá.
Ele não esconde também o desejo inconfesso de romper com a ordem constitucional, esticar o seu mandato, para ajudar a implementar o ideal de um “continente comunista”. Só que tem um fator externo no contexto: Donald Trump.
O presidente americano decidiu varrer o narcotráfico da América Latina e as ditaduras, sob as quais os violadores de direitos humanos se escondem. E ele está no foco.
De olho no vizinho, que pode ceder à uma incursão norte-americana pela Colômbia, Nicolás Maduro decidiu levar 15.000 homens para a fronteira com o país. Uma versão sem pé, nem cabeça, que ninguém entendeu. Um despiste, talvez.
Para o venezuelano seria uma forma de blindar uma tentativa de invasão dos americanos pelo sul. Mas a alegação, um tanto confusa, não se sustenta, pois Petro, em tese, é um co-irmão ideológico, que não oferece risco.
A outra versão, e mais provável, é a de que pode ser uma cortina de fumaça para despistar uma possível fuga de Maduro pela Colômbia. Talvez até em direção ao Chile, o que justificaria a presença de Lula fazendo costuras por lá. O senão é que Gabriel Boric, presidente chileno, não tolera Maduro e não vai querer se implicar com Trump – que monitora todos os movimentos e tentativas para salvar Maduro.
O fato é que Petro está enrolado com os próprios problemas, para pretender se envolver no imbróglio de Maduro com os americanos e por uma lupa sobre si. Seria uma torpeza, mas não é impossível.
A situação de Petro é muito complicada. Ele não se revelou um bom gestor, como a maioria dos esquerdistas no poder na América Latina.
O narcotráfico continua dominando o cenário político da Colômbia, que ele não combate porque está envolvido diretamente. Seu governo é catastrófico. O clima é de violência e beligerância, um narcoestado que agoniza em meio a uma crise institucional, econômica e política de grandes proporções.
Recentemente houve um desembarque do governo por parte de ministros, das pastas da Defesa, Interior, Trabalho e Meio Ambiente, além de membros de altos cargos do comando.
Com esse clima pesado, caos instalado e assassinato de um pré-candidato à presidência sobre seus ombros, Gustavo Petro lançou uma consulta popular para aprovar uma reforma trabalhista, à revelia do congresso do país que havia votado contra.
O fato provocou uma insegurança institucional e uma grave crise com o legislativo, setores da economia e juristas, que consideraram a medida um golpe de estado. E mais: colocou na suprema corte três novos integrantes para forçar a judicialização do caso e forçar sua aprovação. Quem deu essa letra? Situação muito parecida com a da terra brasilis.
Não bastasse isso, desde o ano passado estão se agravando os conflitos armados entre o ELN (Exército de Libertação Nacional) e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). O primeiro grupo se define como marxista-leninista e se financia através de extorsões, sequestros e o “imposto revolucionário”, cobrado da população.
As FARC, grupo revolucionário também marxista-leninista, que “em tese” não existe mais, pois foi transformado em partido político, tem dissidentes insatisfeitos.
Esses membros das Farc que não aceitaram o acordo de paz, assinado em 2016, fundaram um grupo ainda mais radical, denominado “Segunda Marquetalia”.
No comando da dissidência está Iván Marquéz, que era o segundo nome na organização. O grupo continua a praticar crimes, a operar no tráfico de drogas e até mesmo pode de estar por trás da morte de Uribe. O confronto entre os dois grupos já fez ao menos 100 mortos desde janeiro deste ano.
O governo deslocou mais de 50.000 pessoas de áreas rurais por conta dos conflitos, neste ano.
A atual conjuntura colombiana é tão grave que beira o caos político e social vivido no país nos anos 1980 e 1990, quando narcotraficantes, como Pablo Escobar e grupos paramilitares dominavam o país.
Por onde quer que se olhe, Gustavo Petro não tem saída. E se está ouvindo os conselhos de Lula para dar um golpe de estado e ajudar Maduro a escapar, a situação vai piorar e o país pode entrar em convulsão. Trump está de olho nele faz tempo.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.