Recadinho para a pensadora Valeska Popozuda que disse que se fosse cantora de MPB ou música estrangeira aí ela seria “pensadora contemporânea”, mas como faz funk é discriminada.
Então, D. Popozuda, vamos pensar:
– quase todos os humanos falam, mas nem todos são falantes ou faladores;
– todo mundo caga, mas nem por isso todos somos cagões;
– político está aí para servir o povo, mas não serve nada, são ladroes. Aliás, não servem pra nada;
– tem quem rouba em bando e não forma quadrilha;
– não falta gente que cante e nem por isso é cantor;
– muitos escutam, mas não ouvem;
– alguns escrevem e não são escritores (mas podem ser analfabetos, semianalfabetos ou alfabetizados para o governo, porque aí assinam o nome e retiram o título eleitoral, a bolsa esmola…);
– nem todo mundo que trabalha é trabalhador, muitos são fantasmas; e…
– quem estuda nem sempre é estudante, pode ser rolezeiro, baderneiro, maconheiro, traficante;
Tem filosofia de boteco e tem da Grécia Antiga.
Então, lembre-se: penso, logo existo. Existo, logo penso. O repolho não pensa mais existe. O repolho existe, logo pensa?
Valeska Popozuda, seu nome deveria ser “Mulher Repolho”.
Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.