Outro dia uma pessoa me segurou na rua. Antes que ela levasse uma bolsada ou um golpe de defesa qualquer , escutei: “Junia, é você?”
Passaram-se duas décadas… Pensei: ou eu era feia e nada mudou ou continuo diva!
E já me dando abraços apertados: “que bom que você voltou. É pra sempre!”
No abraço apertado passou uma lista de pessoas e momentos. E pensei com os meus botões: estou aqui!!! Mas será mesmo que voltei?
Se tudo isso aqui sou eu, nunca parti. Ou na viagem e nos caminhos fora daqui amplio os horizontes que vejo daqui mesmo. Estou aqui no melhor lugar do mundo, junto com tudo e todos que fazem parte de mim. E a recíproca, eu sei que é verdadeira.
Comemoramos o reencontro, também novos encontros e aproximações: maravilhoso poder perceber e realizar tudo isso. É via de mão dupla – sintonia, empatia, pessoas que se reconhecem.
O tempo passou mas nada mudou… Antes não colecionávamos responsabilidades e preocupações, também não imaginávamos dores, perdas e dificuldades, às vezes inacreditáveis.
Mas parece ainda melhor e mais especial agora: antes subíamos a nossa serra. Agora estamos no alto dela. Que vista linda!
Felizes somos nós que nos alegramos juntos. Infelizes os que olham pra nós e nos invejam e amaldiçoam, de costas para o horizonte…
Não há nada mais valioso que a amizade. Mesmo se for seu par, tem que existir a amizade. O amor não existe sem ela. E não há laços que se rompam: nem a distância em vida e nem a distância quando do alto da montanha ganhamos o espaço que a vista não alcança mais.
A amizade e o amor convivem muito bem pela eternidade. Que assim seja! E sendo assim… “Que sejamos felizes para sempre”. Somos!!!
Jornalista internacional, diretora de TV, atualmente atuando no exterior.