2 de maio de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Tenho escrito muito sobre a infância

Foto: crianças em uma biblioteca de escola publica no Greenwich Village, New York, em 1984, por Dith Pran

E talvez minha memória afetiva ande me pregando peças, me fazendo idealizar por demais o passado.

Fiquei matutando e descobri que o passado, mormente os anos 60, 70 e 80, perdem em várias coisas comparadas com os dias de hoje.

Querem ver?

Não existiam celulares, por exemplo.

Isso queria dizer que você poderia ficar o dia inteiro na rua, e alguém para falar com você teria que procurá-lo e fazê-lo pessoalmente! Olho no olho! Que desconfortável!

Não existiam tantos streamings e canais de TV por assinatura, também.

Aliás, não existiam streamings e canais de TV por assinatura, esse conceito não era sequer imaginado – existiam apenas 3 ou 4 canais de TV aberta. O que lhe obrigava a buscar outras atividades para preencher seu dia: brincar na rua, por exemplo. Futebol. Linha de Passe. Dois Toques. Piques. Bandeira. Ajuda. Pique Tá.

Vocês vejam que coisa chata.

Nada de telas. Google? Não havia.

Se você quisesse fazer uma pesquisa, precisaria se enfurnar em uma biblioteca ou livraria e, de tanto repetir esse processo, poderia até aprender a gostar de ler, olha que absurdo.

Não existiam jogos on-line em computadores.

Aliás, computadores eram troço de “Os Jetsons”.

Isso obrigava as famílias a conversarem por longos minutos durante as refeições. Boring. Saco, viu? Pronto.

Por essa brevíssima exposição, fica claro, claríssimo, que o passado realmente perde em todas as comparações com os dias de hoje e que nossa memória afetiva nos trai consideravelmente. Ou não?

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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