7 de dezembro de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Os leões solitários

Quando falamos em leões, imediatamente pensamos em um bando de felinos, em geral gordos e com ar satisfeito, descansando na savana africana. Mas e se os tempos mudam? E se a savana se torna mais árida, se os humanos pressionam o habitat, se a comida começa a faltar?

Foto: Simon Needham

A região desértica de Samburu, no Quênia, abriga uma rara população – os leões solitários. Que descobriram que viver em bando pode não ser uma vantagem. Ao contrário.

Os leões de Samburu aprenderam a viver sós, com menos alimento e uma população humana próxima. E, nesse mundo, eles não apenas sobrevivem – eles prosperam.

Estamos em uma situação parecida. Como os leões de Samburu, nos descobrimos em um deserto. Um deserto de ideias.

O alimento, cultural e espiritual, escasseia.

Os inimigos estão à nossa volta – e são multidão. Nos percebemos cada vez mais sozinhos.

Mas os leões do deserto são mais resistentes, fortes, resilientes, orgulhosos e astutos do que quaisquer outros. Nosso tempo exige que sejamos leões. Mas não os leões flácidos e acomodados dos cativeiros dos parques nacionais.

O deserto esculpe o leão solitário.

Que o deserto em que vivemos nos esculpa também.

(Texto: Joseph Agamol )

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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