16 de maio de 2024
Colunistas Joseph Agamol

John Romita

Imagem: preciso mesmo dizer de quem é?

Quando criança, eu queria ser ginecologista, biólogo, piloto de corridas – mas o que eu sonhava ser mesmo era John Romita.

John Romita se foi, essa semana, aos 93 anos, placidamente, segundo seu filho, John Romita Júnior, que seguiu os passos do pai.

Talvez você não faça ideia de quem foi John Romita – então eu conto.

Nos anos 70, eu era um guri da zona norte do Rio de Janeiro. Como todos os guris, tinha pouco dinheiro – e o pouco que me caía nas mãos era reservado, quase religiosamente, para comprar os gibis do Homem Aranha.

Stan Lee criou o herói e Steve Ditko deu-lhe uma cara, sendo o co-criador do Spiderman. Ditko foi genial e eu amava o seu Aranha, magrelo e adolescente.

Mas foi John Romita, nova-iorquino do Brooklyn, que deu ao Amigão da Vizinhança as dores e amores da maturidade. Com Romita, o Aranha cresceu, em todos os sentidos: o artista descendente de italianos foi o responsável pela formatação definitiva do herói, criando a imagem que todos tem em mente quando pensam no Spider, e, de quebra, ajudando a torná-lo o super herói mais popular de todos os tempos.

John Romita se foi, amigos, e o século 21 fica um pouco mais pobre, um pouco mais cinzento, um pouco mais distante da genialidade.

Romita se foi, repito, mas, em algum dos portais de tempos paralelos, ele ainda está, com Stan Lee ao seu lado, desenhando as aventuras de um herói azul-e-vermelho.

Para um menino juntar as pratinhas todo mês e ir ansioso na banca da esquina sonhar.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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