Foto da talentosíssima fotógrafa turca Gamze Bozkaya

Que os momentos felizes em sua vida façam o prato da balança onde estão sendo pesados pender mais, e, se o seu coração estiver sendo julgado, que ele esteja leve.

Que a Vida seja longa porque há uma profusão de batalhas por lutar – e muitos bons remansos para o bom combatente.

Que, caso seu olhar esteja voltado para trás, orgulhe-se do que vê – e, caso busque observar adiante, sinta ainda o mesmo arrepio dos quinze, vinte anos.

Que você desfrute o melhor de cada estação, de cada vinho, de cada idade, de cada chão onde pisar – e lembre-se que cada um deles tem sabores e cores e texturas diferentes a oferecer.

Que você reconheça um pouco de sua história em livros, canções e representações e ainda consiga se comover ao se reconhecer como parte de um todo maior.

Que, embora não haja nada novo sob o sol, que você possa se surpreender com um amanhecer, um arco-íris, o gosto da comida, um beijo, uma flor.

Que o medo não domine seu coração se o destino lhe impuser pegar a estrada uma vez mais: que a poeira das veredas e a chuva eventual limpe e tranquilize sua alma.

Que a paixão pelos recomeços supere sempre o desalento daquilo que pode parecer um desfecho.

Que haja café preto e forte em sua casa, que haja sempre pão para você e que você lembre de repartir com quem não tem.

Que haja paz sob seu telhado, e haja chuva quando tiver que chover e sol quando tiver que solar.

E que, ao fim e ao cabo, o amor que tiver amealhado em seus braços seja tanto, tanto, que lhe escape o excesso por entre os dedos, transformando-se em pó de ouro para iluminar seu caminho.

Eu sei que não é seu aniversário hoje – mas me dê licença para lhe fazer uns desejos?

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.