10 de dezembro de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Eu não creio em teorias da conspiração mas…

Escrevi esse texto há exatamente 1 ano. Obviamente, nem se sonhava com pandemias e afins. Segue o fio, como dizem no Twitter.
Eu não creio em teorias da conspiração, mas…
Mas, mesmo não crendo, tem-me surpreendido a quantidade crescente de HQs, livros, séries, filmes, etc., que procuram mostrar a extinção – ou diminuição – da espécie humana como algo aceitável, desejável e até… humano.
Vamos a três exemplos clássicos.
1 – o filmaço “Kingsman”, de 2014, baseado na HQ de 2012.
2 – o livro “Inferno”, de 2013, de Dan Brown – que, por sua vez, ganhou uma versão para o cinema em 2016.
3 – os filmes “Vingadores: Guerra Infinita” e “Vingadores: Ultimato”, de 2018 e 2019.
Primeiro, “Kingsman”. Um filmaço, como descrevi acima, e com o biscoito finíssimo de Colin Firth – aí na foto – perfeito como um agente secreto porradeiro, que protagoniza a melhor cena de ação da história do cinema.
E o auxílio luxuoso de Samuel L. Jackson, que interpreta um quaquilionário fanho, filantropo, engajado em causas humanitárias e preocupadíssimo com a superpopulação do planeta.
A solução? Diminuir, se possível à metade, o número de habitantes da Terra.
Segundo: “Inferno”, de Dan Brown e com Tom Hanks interpretando de maneira desajeitada o professor Langdom, que é o herói relutante dos livros de Brown.
O inimigo da vez? Um maluco que está preocupadíssimo com a superpopulação e blá-blá-blá.
A solução? Você já sabe.
Ao contrário do método do quaquilionário interpretado por Samuel Jackson, mais, digamos, drástico, o adversário de Langdom tem uma ideia mais… humana. Leram/ viram? Então não vou dar spoiler.
Finalmente, os badaladíssimos – e com razão – Vingadores. O mega vilão Thanos também está preocupado – adivinhem só? E também tem uma solução, que vem num estalar de dedos. Literalmente. Quem viu sabe.
O que une todos esses filmes, livros, gibis, mídias variadas, enfim?
Primeiro, a introdução de vilões diferentes dos tradicionais: esses vilões despertam SIMPATIA. Mais do que isso: COMPREENSÃO. Eles têm uma CAUSA.
E nós nos identificamos com ela.
O segundo fator a unir todas essas produções é a ideia, a ser interiorizada em cada um de nós, de que o planeta, na atual situação, é inviável.
Que ALGO precisa ser feito.
Que UM POUCO MENOS de gente seria desejável, afinal.
E que algo PRECISA ser feito.
Repito.
Eu não creio em teorias da conspiração nem em brujas mas…
Pode completar as reticências com a sua preferida.
Quem tem olhos para ver, que veja.
Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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