20 de abril de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Eu espero que, no ano que vem, você:

Caso não tenha amado, ame: parece óbvio mas faz bem para a pele, para os cabelos, para a cuca… e para o coração. Óbvio. E, caso não ame, que sinta alguma saudade, que, se não é exclusividade da língua portuguesa – é mentira isso, tá? – em doses comedidas faz um bem tamanho, assim como o chocolate, o café e o vinho.

E o vinho? Ah, o vinho! Que seja do Porto, se possível. Mas, se não for, que haja vinho, ao menos – qualquer vinho, pois que em uma taça de vinho há riso, alegria, doçura… e vinho. Óbvio. Ah, vinho também faz bem para o coração. Em todos os sentidos.

Eu espero que o ano que vem lhe reserve o doce e o amargo – pois que sempre os há – em doses equânimes. Como em uma canção de Carole King.

Eu espero que ano que vem você leia livros, muitos, e bons. E que os frua em cada palavra – porque livro bom é aquele que você sofre para terminar de ler, e fica ralentando para não acabar – como a companhia de um amigo que você não quer que vá embora.

Eu espero que ano que vem você faça amigos – e que estes sejam livres o bastante para lhe revelar o que pensam sobre você. Ainda que você possa não gostar de ouvir. Se não conseguir fazer amigos, adote um cão. Gato? Pode ser um gato, sim. Gatos são tão amorosos quanto cães – só são mais sutis ao demonstrar esse amor.

Eu espero que, ano que vem, você faça planos – e que muitos deles sejam concretizados com sucesso. Mas que alguns desses planos sejam bagunçados de uma forma BOA: um novo emprego, um novo amor, uma casa, um bebê, um filho, um neto…

Eu espero que, ano que vem, você conquiste dinheiro, o suficiente, para ter quietude e paz. E, conquistando, distribua um pouco, pois que essa é uma das leis imutáveis do Universo – quer você acredite, quer não.

Porque, como diziam João e Paulo – os Beatles – ao fim e ao cabo, o que conta sempre e sempre vai contar não é o tanto que você conquista, mas o que você partilha.

Eu espero, enfim, que, ano que vem, você se reconstrua a cada queda, que emerja a cada mergulho, que aterrisse sempre sobre os dois pés, que salte sobre todos os precipícios, que plane, pleno, sobre cânions, e que, cada vez mais, consiga se retecer em bravura e caráter.

Feliz Ano que Vem – que já quase é.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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