2 de maio de 2024
Colunistas Joseph Agamol

Era 1975, quando Bill Haley – e seus Cometas – veio ao Brasil, se não me engano pela segunda vez

Eu era um guri de 10 anos, e lembro do relativo alvoroço que a notícia causou. O Brasil estava longe ainda de ser rota frequente de grandes artistas internacionais, e a chegada de um astro do rock, ainda que em decadência, como Bill Haley and his Comets, era algo único. Apenas dois anos depois, em 1977, o grupo de rock progressivo Gênesis, então no auge, também viria ao Brasil.

Na década de 70, apenas cerca de 15 anos após a explosão do rock, com Elvis, Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis e tantos outros, já havia um revival desse proto rock and roll. Festas anos 50 eram comuns, com bandas emulando o som antigo, pessoas vestidas a caráter…

Já nos anos 80, voltavam a moda os anos 60, com mais festas, mais revival de bandas da época, e movimentos como a Jovem Guarda. Muitos grupos do rock nacional prestavam tributo à essa era, como a Blitz, João Penca e seus Miquinhos e Léo Jaime, entre outros.

Para surpresa de zero de vocês, que já devem ter percebido aonde eu quero chegar, claro que os anos 2000 trariam de volta… os anos 80!!! Mais festas, mais artistas resgatados…

E aí chegamos ao momento atual.

Não há festas temáticas com o revival dos anos 90, 2000, 2010. Não há bandas trazidas de volta. Ninguém resgata o som produzido naquela época. Na verdade, quase pode-se dizer que, dos anos 90 para cá, quase tudo que se produz na música é um conjunto amorfo, cujo conteúdo é quase impossível de distinguir – e, assim, como resgatar?

Se eu fosse cruel, diria que o som produzido ao longo desses anos poderia ser alvo de um processo compostagem.

Quem sabe assim seriam lembrados.

Joseph Agamol

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

Professor e historiador como profissão - mas um cara que escreve com (o) paixão.

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