Ela era uma moça simples, de uma cidade pequena. E, naquele dia, que parecia com todos os outros, cumpriu suas tarefas com o esmero habitual. Recolheu-se, cansada, à hora de sempre.
Tinha acabado de adormecer quando um ruído a despertou. Sua mão buscou a adaga, sempre próxima, em seu leito. O toque do aço frio a confortou. Esperou.
Uma luz filtrou-se por entre as frestas do teto, afugentando pequeno insetos que dormiam. Ela esperou, mais curiosa do que realmente com medo.
Um homem apareceu. Quer dizer, ela PENSOU que era um homem, à princípio, mas que homem teria aquela estatura e aquela aparência?!
Ele disse seu nome: Gavry’el.
Disse coisas que soaram incompreensíveis, a princípio, mas que, à medida que ele falava, faziam mais e mais sentido. Ele cumpriu sua missão – ele e seus irmãos SEMPRE cumpriam – e falou sobre a missão DELA.
A moça da cidade pequena assustou-se, a princípio. Depois, apenas aceitou. E, daquele momento em diante, os mundos nunca mais seriam os mesmos.
Acherazah.
Anunciação.
Magnificat.
Professor e historiador como profissão – mas um cara que escreve com (o) paixão.