30 de abril de 2024
Veículos

GWM lança SUV H6 HEV por R$ 209 mil

Modelo é agradável de guiar e mira em concorrentes oferecendo “mais por menos”.

A Great Wall Motors (GWM) completou gama do SUV médio-grande Haval H6 no Brasil com o lançamento da versão de entrada HEV (acima), com tração dianteira e sistema híbrido tradicional (não recarregável em tomada) e, finalmente, revelou o preço desses utilitários (veja no final do post). E, mais do que isso, explicou quais são os outros SUVs que consideram como principais concorrentes para esses carros – veja as tabelas comparativas mais abaixo. Em um evento em sua fábrica, em Iracemápolis, interior de São Paulo, a montadora revelou também um pouco mais de seus planos para o nosso mercado e pudemos ainda fazer um breve test-drive com duas das versões de seu produto de estreia no país, todos já como modelo 2024.

No mês passado, publicamos aqui uma matéria falando sobre o lançamento do SUV GWM Haval H6 GT PHEV AWD 2024 (leia aqui), que além de muitas siglas e letras, chega com um verdadeiro show tecnológico, que normalmente só é encontrado em modelos das marcas “premium” – como Mercedes, Audi e BMW, bem mais caras. Bom esse “bem mais caras” estava aí porque eu confiei no que disse na ocasião o Oswaldo Ramos – CCO (chief commercial officer, ou diretor comercial, como costumávamos chamar em português) – da Great Wall Motors (GWM) Brasil. Isso porque, na época, seu preço não foi revelado. Nem o dele, nem o de seus irmãos de linha, os H6 Premium PHEV e Premium HEV. É, embora a marca não queira ser considerada comercialmente “premium”, a palavra batiza algumas de suas versões.

O terceiro H6 é o mais acessível

Parafraseando de longe a música “Teresinha de Jesus”, o primeiro H6 a chegar (ou ser divulgado) foi o Premium PHEV, híbrido do tipo plug-in (recarregável), com tração nas quatro rodas e potência total de 393 cv, com 77,7 kgfm de torque. Ele é capaz de ir de 0 a 100 km/h em fugazes 4,8 segundos. Agora, sabemos que essa versão custa (pelo menos até 31 de março) R$ 269 mil.

O segundo que chegou (ao nosso conhecimento) foi o já mencionado GT PHEV, que traz exatamente o mesmo pacote mecânico e um nível de equipamentos equivalente, mas tem um visual mais agressivo e esportivo – a começar pelo desenho de sua frente, assim com o de alguns detalhes de sua carroceria e acabamento. Preço: R$ 299 mil.

O terceiro – que é aquele para quem, se não Teresinha de Jesus, provavelmente mais consumidores brasileiros darão a mão – é o Premium HEV, que como comentei lá em cima tem tração apenas na dianteira e pacote híbrido comum, ou seja, não recarregável – igual semelhante ao dos já nacionais Toyota Corolla e Corolla Cross. Com pouca coisa a menos em termos de acabamento, ele sai por competitivos R$ 209 mil.

Test-drive

No pátio da fábrica da GWM – que anteriormente pertencia à Mercedes Benz e onde eram montados modelos como o GLA e o sedã C –, tive a oportunidade de experimentar três das funções semiautônomas do H6 que é classificado com o nível 2+ em termos dessas tecnologias. A primeira foi o park assist, sistema de estacionamento automático que, literalmente, coloca ou tira o carro de uma vaga, seja ela paralela ou perpendicular, sem que você precise fazer nada a não ser apertar botões para começar a operação. A segunda, o chamado ACC, que mantém o carro a uma distância segura do veículo à frente, agindo sobre a velocidade e, eventualmente, até parando o carro se for necessário. E a terceira – e mais curiosa – é uma função que memoriza os últimos 50 metros rodados. Se você quiser, basta apertar um botão e o carro volta, sozinho (mesmo, mas com você a bordo) pelo mesmo caminho, ainda que ele seja sinuoso.

Além disso, pude fazer um circuito de pouco mais de 30 km totais, incluindo um trecho de rodovia e outro urbano. Primeiro, com o H6 mais simples, de 243 cv totais, que deu conta do recado utilizando o apoio elétrico para seu motor 1.5 turbo e registrou, ao final, um consumo médio de 18,5 km/litro de gasolina. Depois, com o GT, que como tem autonomia elétrica para até 170 km, não consumiu sequer uma gotinha de gasolina.

Vale dizer que ambos os carros são idênticos em termos de conforto – incluindo o teto solar panorâmico, opcional o mais barato, mas que vem de “brinde” nesta primeira leva promocional. E que, dado o tipo de circuito, a não ser pelas arrancadas e retomadas – quando o GT se comporta como um modelo esportivo de verdade, colando as costas do motorista ao banco, enquanto o HEV é um pouco (leva pouco menos de 8 segundos no 0 a 100 km/h, nada mau, aliás) mais comportado –, nem fez lá tanta diferença estar com um ou com o outro.

Vou guardar minhas impressões e mais detalhes sobre esses test-drives para um vídeo que postarei nas próximas semanas, ok?

E então, o carro vale a pena?

Para vencer os preconceitos que as primeiras marcas e modelos (baratíssimos) chineses ganharam por aqui, a GWM faz mais do que simplesmente caprichar em seus carros – e eles são, mesmo, bem caprichados, tanto em termos de materiais quanto de montagem, recursos e sensação de dirigir.

Há um programa de recompra dos modelos usados a preço garantido, garantia de cinco anos sem limite de quilometragem, dois anos de revisões gratuitas (que podem ser feitas em domicílio, assim como a entrega do próprio veículo, em qualquer cidade do país) e mais oito anos de garantia para a bateria. Além disso, a marca oferece o que chama de “pacote Tranquilidade”, que garante por dois anos sinal de internet 4G com chip incluso, proteção contra furos e rasgos nos pneus, serviço de assistência 24 horas e proteção total contra danos da bateria do sistema híbrido, sejam eles provocados por defeito, acidente ou mesmo mau uso, com direito a carro reserva.

Um esforço considerável, ao qual não se deve esquecer de somar o fato de que a empresa já tem uma fábrica no Brasil, na qual pretende iniciar a produção (montagem) local já em 2024, o que sinaliza também com boa disponibilidade de peças e componentes para reparo. Dessa futura produção é muito provável que constem, também, modelos menores e mais acessível, sempre eletrificados – promessa feita no lançamento – e com versões híbridas flex, que também possam ser abastecidas com o nosso mais sustentável etanol.

É claro que, num início de relacionamento, o otimismo tende a ser maior que um julgamento mais severo. Mas a verdade é que, pelo que ouvi – e as conversas incluem a formação de um bom grupo de fornecedores que, a médio e logo prazo, possam entregar até baterias produzidas no Brasil para esses eletrificados –, a impressão é de que a GWM veio para ficar e conquistar mercado. E, no caso do SUV H6, chegou com bons argumentos para isso.

As comparações que a GWM faz com o que estabelece como concorrência mais próxima:

Fonte: Rebimboca Comunicação

Henrique Koifman

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

Jornalista, blogueiro e motorista amador.

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