O Senado vota hoje o marco regulatório do saneamento básico.
É uma boa notícia, apesar de não pensarem assim alguns partidos de esquerda.
O projeto pode mobilizar R$ 800 bilhões e prevê a universalização dos serviços de água e esgoto até 2033.
Ele abre um espaço para a iniciativa privada nesse setor dominado pelo estado.
Muitos vêem aí o problema. No entanto, estamos arrastando a solução do saneamento desde o século passado. Na verdade, países como a Inglaterra resolveram o problema no século XIX.
O saneamento e água para todos são fundamentais para a saúde do povo brasileiro, para a vida das crianças e sua própria capacidade de aprendizado. Ele pode nos ajudar a combater as doenças provocadas pela água contaminada e nos preparar para enfrentar pandemias.
O saneamento pode valorizar nosso patrimônio cultural e turístico. Cidades como Paraty por exemplo terão muito mais chance de prosperar com o turismo.
Hoje falei na tevê sobre a nuvem de gafanhotos. Não consegui encontrar uma explicação plausível para sua aparição na fronteira do Brasil. As imagens são impressionantes. Os gafanhotos se unem para facilitar a procriação. O acasalamento não deve ser difícil dentro da nuvem.
Tenho em casa um livro sobre a importância do acasalamento mas ele é focada nas transformações pelas quais os animais passam para seduzir o parceiro. Na verdade, é também, uma discreta crítica a Darwin que valoriza demais as condições de adaptação às dificuldades de sobrevivência.
Escrevi um artigo para o Estado de São Paulo sobre a pausa na política brasileira. A prisão de Queiroz abrandou o ímpeto de Bolsonaro e nos dá tempo para organizar melhor o movimento democrático.
Chamo a atenção para as interpretações equivocadas de pausas como essa. Uso o exemplo dos anos 30 na Europa onde tensão permanente, entrecortada de pausas levou muito gente a acreditar demasiadamente na paz e baixar a guarda.
Não tenho nenhuma intenção de comparar Bolsonaro com Hitler, não acho que caiba este tipo de comparação. Hitler blefava com muita maestria, blefou na România, na Áustria e na Checoslováquia.
Seus generais ficavam encantados com sua audácia e sorte.
Bolsonaro blefou num nível mais rasteiro, ameaçando o STF. Já mudou de tática e procura uma aproximação com os ministros.
Minha preocupação é apenas a leitura da pausa. Alguns jornalistas serão levados a acreditar que entramos numa nova era de paz e cordialidade.
Acho que deveríamos aproveitar a pausa para avançar na organização e na defesa dos princípios democráticos.
Funcionários do Banco Mundial fizeram uma carta ao conselho de ética da instituição pedindo que barre a entrada de Abraham Weintraub.
Um dos argumentos foi sua frase: tenho ódio à expressão povos indígenas. Isso é contraditório com a política do Banco.
Bem que avisei. Para mim essa frase é até mais explosiva do que pedir a prisão dos ministros do STF.
No Brasil, repercutiu pouco. Mas os próprios fundos de pensão milionários ameaçam sair do país se não forem respeitadas as populações tradicionais.
O mundo mudou e nem todos se deram conta no Brasil. As viagens ao exterior ajudaram, sem dúvida.
Mas viajar apenas para fazer compras ou visitar ponto turísticos nem sempre aumenta nossa percepção.
Fonte: Blog do Gabeira