Será um longo dia de trabalho, com o debate Biden-Trump no final. O debate será meu momento de lazer.
A notícia triste de hoje foi a retirada de 1400 brigadistas do Ibama do front das queimadas. O órgão alega falta de dinheiro e uma dívida de R$19 milhões.
No auge do caos ambiental, não temos dinheiro para apagar o fogo. Posso citar mil gastos inúteis do governo, além disso registrar que Bolsonaro bloqueou o trabalho de fiscalização e, de certa forma, suspendeu a cobrança de multas de infratores ambientais.
Ele não se importa com as queimadas porque, no fundo, acha interessante que a mata desapareça. Pensa em indústrias, pastagens, plantação de soja, sem imaginar que isto ficará impossível com o desequilíbrio ambiental que promove.
Um humorista escreveu que Bolsonaro precisa de uma vacina antirrábica. Penso no caso dele era preciso algo combinado contra raiva e estupidez, ao mesmo tempo.
Não é possível que uma pessoa seja tão ideologicamente dominada a ponto de recusar uma vacina por causa de sua origem. Assim como não é possível que seja tão ambientalmente insensível diante da mata queimando e os bichos morrendo de sede e queimaduras.
O dia hoje foi longo porque além do artigo de segunda para o Globo, fiz aquela entrevista de domingo para discutir como sair dessa maré no Rio.
Meu entrevistado foi Celso Athaide fundador da Central Única das Favelas. Em torno de 25 por cento da população do Rio mora em favelas.
No passado, cantávamos uma canção que dizia: quando derem vez ao morro, toda a cidade vai cantar.
A visão do morro é indispensável na compreensão de nossa realidade e nos projetos de futuro.
Hoje ouvi um podcast do Globo sobre a briga dos Estados Unidos e China em torno da instalação do 5G na telefonia brasileira. Cheguei à conclusão de quanto mais brigarem, mais nos atrasaremos. E já estamos atrasados. O 5G, pelo menos teoricamente, aumentará dez vezes a velocidade de nossa conexão.
História parecida com a da vacina. Os chineses não têm monopólio das instalações. Empresas europeias também estarão presentes.
Vamos ver o que acontece, mesmo porque tudo isso depende dos EUA que por sua vez estão diante de um processo eleitoral em que pode acontecer tudo, inclusive uma vitória de Joe Biden.
Fonte: Blog do Gabeira