Acabo de ver na internet imagens dramáticas de Manaus, onde está faltando oxigênio e as pessoas estão morrendo asfixiadas.
Está sendo feito um plano de retirada de alguns doentes mas creio que é mais prático entrar também com algum oxigênio urgente.
Ontem, vi imagens de transporte de oxigênio pelas Forças Armadas. Alguma coisa não funcionou na logística pois continua faltando.
Nunca é demais lembrar que Manaus quis fazer um lockdown mas foi impedido pelo comércio. Os bolsonaristas na internet saudaram a revolta como um processo de libertação do povo.
Naquela época ainda não se falava na nova variante do coronavírus. Algumas pessoas achavam que Manaus já tinha imunidade de rebanho.
No front das vacinas sabe-se que o avião da Azul que iria para Mambai buscar as 20 milhões de doses adiou sua viagem por 24 horas. Parece que ainda não tinha sido adesivado pela propaganda do governo. Deve partir amanhã.
O início da vacinação será uma guerra de fotos entre Bolsonaro e Dória. O problema certamente voltará quando as luzes se apagarem as câmeras forem desligadas.
Ainda não vejo claramente o planejamento da campanha. Inclusive com o nível de eficácia das vacinas escolhidas pelo Brasil teremos que vacinar muita gente para obter alguma tranquilidade na imunização.
Os índices de contaminação subiram em São Paulo e provavelmente em muitos outros lugares do Brasil, depois das festas de ano novo.
Felizmente, a justiça de Manaus barrou a realização do ENEM. Ainda assim não podemos avaliar ainda as consequências de uma escolha pelo exame agora em todo o território nacional.
Creio que toda a atenção nas próximas horas deve se concentrar em Manaus e leio que alguns pacientes estão sendo levados para o Piauí.
Este é um caso que deveria ser discutido com muito cuidado. Ele repercute também em cidades que estão tentando manter o isolamento social e restrições, como é o caso de Belo Horizonte, e também nas futuras decisões sobre quarentena em São Paulo.
Os bolsonaristas continuaram acenando com a liberdade individual. Mas é preciso mostrar como a cooperação salva vidas nesse momento. O choque dessas duas tendências num quadro de pandemia decide, na verdade, o tamanho da tragédia.
Em Manaus, dizem alguns sites de jornais, alas inteiras de hospital estão morrendo asfixiadas. É importante que se tome consciência disso.
Não é possível escolher o caminho da autodestruição. Infelizmente, esta é a encruzilhada brasileira.
Fonte: Blog do Gabeira