26 de abril de 2024
Colunistas Erika Bento

“Mude antes que você precise.”

“Controle o seu destino ou alguém o controlará”. Jack Welch

Sem nem mesmo conhecer as citações acima, iniciei uma transformação em minha vida há pouco mais de um ano e tornei-me incrivelmente mais forte física, mental e emocionalmente. O meu ponto de partida foi o desespero, pura necessidade, mas você não precisa esperar tanto (se é que você já não está lá, mas não sabe).

O meu processo começou quando eu estava extremamente deprimida e perdida em um turbilhão de emoções. Foi um daqueles momentos em que os sinais de alerta são tão fortes que são impossíveis de se ignorar. O corpo grita por socorro. A mente que falha nos momentos mais importantes no trabalho ou nas relações, o choro que vem, sem motivo aparente, insônia, apetite descontrolado, irritabilidade ou uma simples aversão de tudo e de todos.

Eu sabia que estava em um ciclo vicioso e autodestrutivo, mas sempre que eu erguia a cabeça e via a confusão que havia se tornado a minha vida, a dor era tão grande que eu preferia voltar para o conforto do conhecido estado de depressão, ansiedade, vitimismo e barganha com o mundo à minha volta, criando desculpas para a minha total apatia, uma condição que quase todas as pessoas já experimentaram um dia.

A tentativa de negociar com a vida já é, por si só, um pedido de socorro. Quem nunca colocou condições para o próprio sucesso ou fracasso? “Ah, se pelo menos … (ele me amasse, eu tivesse dinheiro, eu fosse magra, eu tivesse um companheiro, meus filhos me dessem mais atenção, meus amigos fossem mais presentes, eu tirasse férias, etc)…, eu conseguiria sair dessa, eu teria mais força, eu não estaria sozinha, eu seria mais feliz”.

Esta prática de condicionar as nossas ações a fatores externos nos acorrenta a um estado de dependência e frustração, mas pode também servir como reconhecimento do estado de infelicidade. A questão é que colocamos o foco no alvo errado.

Ao primeiro momento, o nosso problema nos parece ter sido causado pela atitude dos outros para conosco e cobramos da “causa” uma solução para o problema. E pode até ser uma expectativa válida, pois afinal, quem colocou o burro na sala não fomos nós, mas o outro. A grande chave, porém, a que nos liberta de qualquer sofrimento é saber que a escolha de nos deixar afetar por tais atitudes/problemas é – e sempre foi – nossa. Para que você consiga assimilar melhor esta questão de escolha, vou compartilhar um pouco da minha trajetória de transformação.

Depois de um ano imersa totalmente em pensamentos autodestrutivos originados por uma separação traumatizante, eu me vi à beira de um colapso mental, emocional, físico e financeiro. Dizem que você toma uma decisão em um segundo, mas leva até anos para realmente colocá-la em prática, e os momentos seguintes à tomada de decisão até o momento em que você começa a agir, são um verdadeiro tormento, o seu calvário. E é a pura verdade. Eu me cobrava, constantemente, de que eu tinha que fazer algo porque, na verdade, eu já havia decidido o que fazer, mas continuava vivendo na mesma apatia e eu me cobrava constantemente, sentindo-me frustrada e irritada. Até que um dia eu dei o primeiro passo, depois o segundo, o terceiro e cada passo era uma conquista silenciosa contra a depressão, a obsessão compulsiva, o vício da auto sabotagem.

Eu passei a celebrar minha sanidade e serenidade um dia de cada vez (às vezes, uma hora por vez!) e me mantive vigilante. Eu me concentrava em resolver os meus problemas ao invés de perpetuá-los, como eu fazia antes. Reconheci que, quando eu me concentrava em meus problemas e tristezas, eu revivia em minha mente – várias vezes por dia – todos os momentos que haviam me levado àquele estado inicial, desencadeando mais tristeza, revolta, frustração, depressão e apatia.

É incrível como a maioria das pessoas é ciente destas armadilhas e, ainda assim, mantém-se prisioneira destes padrões de pensamentos agindo como seus próprios algozes. Todos nós sabemos disso, inclusive você. Pense e verá que tenho razão.

Quantos momentos indesejados você perpetuou em sua mente? Mas aqui vem uma boa notícia. Mesmo sendo nós mesmos os criadores desta prisão mental, saiba que nada disso é realmente culpa sua. Todos nós temos sido manipulados a vida toda, controlados por uma inteligência aguçada, capaz de atitudes impensáveis para manter-nos em um estado de obediência: o nosso cérebro.

Com o tempo, aprendi a usar esta máquina magnífica ao meu favor e os resultados têm sido imensos, algo que jamais pensei que fosse possível.

Para citar alguns, estabilizei minha situação financeira, parei de fumar há 15 meses, emagreci 10kg dos 20kg que acumulei nos últimos anos, passei de uma vida sedentária a caminhar 10km por dia em média (cerca de 15 mil passos por dia) e iniciei um novo projeto de estudo que pode me levar a uma mudança de carreira.

Estes, porém, são resultados práticos que só foram alcançados quando consegui estabilidade emocional, pois aprendi que são as nossas emoções que fazem com que agimos do modo como agimos. Como controlar estas emoções e os nossos pensamentos é o segredo que pretendo compartilhar com vocês porque todos somos capazes (e temos o direito) de termos uma vida abundante. Se eu consegui, você também consegue.

Como controlar a sua mente ao invés de ser controlada por ela, é o tema do próximo post.

Uma ótima semana a todos.

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