
Eles já passaram pelo DOS, Windows 3.11, DX386, fita cassete, vídeocassete, fax, pager, disquete 1.44, CD, DVD e Lotus 123.
Enfrentaram inflação de 80% ao mês, viajando pelo cruzeiro, cruzado, ORTN, OTN, BTN, Over Night, cruzado novo, cruzeiro, cruzeiro real e real.
Se divertiam em Ataris, Nintendos, fliperamas e pinballs. Da TV preto e branco, à TV colorida, viram o controle remoto nascer (oh glória!). Do Cobol, passando pelo Fortran, com aquele monitor de fósforo verde que destruía a visão.
Viram a internet nascer com seus modens de 56mb/s, onde, à noite, quando o pulso era mais barato, variavam de MIRc a ICQ, desbravando o Alta Vista, na ânsia de entender o mundo novo virtual.
É triste saber que os precursores desse tempo, conhecidos como Baby Boomers, ou X’s, hoje são marginalizados pelas gerações Y e Z.
A velocidade trazida pelo avanço tecnológico, tratou de modificar o mercado de trabalho, dando espaço à gurizada mais nova, onde muitos nem sabem fritar um ovo, ou mesmo usar comandos básicos do DOS.
Eles experimentaram inovações tecnológicas em suas épocas, que poucos Y’s terão curiosidade de conhecer. Por favor, não os chamem de velhos, pois não o são.
Podem ser dinossauros em conhecimento, onde muitos fazem questão em manterem-se atualizados. Ainda leem livros de papel, apreciam os pores do sol, vislumbram entre a revoada de pássaros no fim da tarde, ao nascimento de um computador quântico.
Não é saudosismo, nem reclamação, mas um lembrete de que esses profissionais, que passaram por tudo isso, possuem bagagem suficiente para adentrar em novos universos sem serem abalados, como, por exemplo a IA.
Não os despreze, não os ignore, pois se a comunicação do mundo entrar em colapso, serão eles que salvarão o planeta, com suas expertises que transitam entre o analógico e o digital.

Administrador e Consultor de Empresas, ativista político e estudioso de fraude eleitoral.
