3 de maio de 2024
Carlos Eduardo Leão Colunistas

Marlene e o Dias das Mães

Hoje escrevo em homenagem à Marlene, em nome de quem homenageio todas as mães do mundo

Dia das mães!!! Como se os outros 364 não fossem igualmente delas. Somente filhos bem “filhos da mãe” imaginam que apenas o 2º domingo de maio é data para homenageá-las.

Dia das Mães é uma vitoriosa estratégia de marketing. Um apelo comercial sem precedentes no mundo, muito mais que qualquer outro dia escolhido para outras homenagens de mesmo apelo e mesma estratégia de lucro. E viva o comércio!

Fora a realidade mundana, a maioria de nós, filhos, não tem a dimensão do extraordinário milagre da maternidade. A mulher torna-se mãe ato contínuo à concepção. No exato momento da fecundação qualquer coisa inexplicável instala-se, para sempre, no coração dessa criatura. É algo tão profundo e, ao mesmo tempo, tão metafísico que ouso afirmar que a maternidade vai do nada, à alma e a Deus.

Mulheres são metade do mundo, a outra metade são os filhos delas. Portanto, segundo Coelho Neto, metade do mundo “padece no paraíso”. Sua famosa frase “Ser mãe é padecer no paraíso”carrega consigo a ideia de maternidade enquanto um sacrifício, um padecimento sagrado a qual todas as mulheres devem se submeter para alcançarem a plenitude.

Como médico tenho uma opinião muito pessoal de que gravidez é uma “doença” com final feliz. Habitamos por 9 meses o interior dessas heroínas, causando-lhes todos os desconfortos, transtornos de ordem clínica, desacertos da homeostase além dos maus tratos estéticos em suas silhuetas, muitas vezes irreversíveis naturalmente. Filosofando, acho até que a cirurgia plástica de cunho eminentemente estético seria pobre ou não existiria sem o “açoite” físico impiedoso imposto pela gravidez.

Mãe é cuidar, brigar, chorar, brincar, sorrir, ajudar, mudar, preocupar-se e ainda assim com tempo infindo para amar numa dimensão estelar.

Tomemos Marlene como exemplo nessa homenagem. Trata-se de uma mulher e uma mãe excepcionais. Dessas que marcam indelevelmente sua trajetória terrena tanto no coração dos amigos, parentes, admiradores como no dos poucos desafetos que, pela simpatia que irradia de sua beleza clássica e da simplicidade que emana de seus gestos e pensamentos, rendem-se ao reconhecimento de que se trata realmente de alguém diferente.

Marlene tem 89 anos muito bem vividos. Traz no semblante traços marcantes de uma beleza que sobrevive bravamente ao tempo impiedoso. Na juventude era frequentemente confundida com Iêda Vargas, talvez uma das mais belas mulheres nascidas no Brasil desde 1500, cujos atributos físicos foram reconhecidos pelo mundo que, encantado, conferiu-lhe o título de Miss Universo nos idos de 1963.

Marlene personifica a extroversão. Não há a mínima possibilidade de deixar de cumprimentar desconhecidos onde quer que esteja. Solícita, prestativa e de bem com a vida, Marlene está sempre preparada para uma palavra de conforto e esperança, o que faz dela uma companhia sempre querida e disputada pelos filhos, netos e bisneto que não escondem um discreto ciúme em dividi-la com a legião de amigos que a querem igualmente por perto e pelos mesmos motivos.

Marlene é a mãe certa, no lugar certo e na dose certa. De uma fé inabalável, Marlene é o porto seguro de toda a sua descendência, principalmente pela sua íntima proximidade com Deus cujo poder faz dela exatamente tudo que escrevi acima.

Marlene é a minha mãe, tão especial como tantas outras mundo afora. Somos muito privilegiados por tê-las!

Carlos Eduardo Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

Cirurgião Plástico em BH e Cronista do Blog do Leão

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