A senhora presidenta anunciou que a mosquita pica e dá Zika. Os mosquitos machos – e, pelo jeito, petistas -, voam por aí sem saber de nada, como se não houvesse amanhã. Emponderamento feminino? Imagina, que papinho ultrapassado. O grande lance do ideário PT é ser homem, raça feliz que ignora tudo capaz de perturbar a sua testorena. Não é que, inclusive, existe um hômi-macho petista que se deu ao desfrute de esquecer o próprio endereço? Falo hômi-macho para não confundir com mosquito macho, que só avoa. De resto, também não se lembra para que serve.
Dona Dilma também avisou que ela, coitada, está administrando uma herança maldita. Os três últimos governos simplesmente se lixaram para o saneamento. Bem, que a culpa é do FHC, ninguém duvida. O quê, meu Deus, não é culpa do FHC neste país? Mas não custa avisar à excelsa mandatária que os três últimos governos foram do Partido dos Trabalhadores e é por esta razão que a mosquita pica, o mosquito não sabe de nada e o país agoniza.
Dito isto, embarco na onda da mosquita que pica e homenageio a nossa presidenta, que lava e enxagua o meu coração com água mineral Perrier cada vez que abre a boca. Dona Dilma é uma intelectual requintada. Assim, hoje, escrevo no dialeto dela. Se pisar na bola, peço perdão, mas falar e escrever em Dilmês não é para qualquer um. Há que se ter cachola. Uma dica – simples, diante da sofisticação do dialeto -, é ficar antenado(a). Se a palavra pede artigo feminino, também termina no feminino. Idem no masculino. Às vezes, dá certo. Às vezes, não. A isto os linguistas chamam de Dialeto Dilmês.
Senhora presidenta, amei a mosquita que pica e dá Zika. A senhora notou que brincando, brincando, fez um verso? Meio pornô, mas fez. Quanta criatividade. Nós, o seu povo e a sua pova, ficamos emocionados(as) com tanta erudição. Acredite, a madama é supimpa, o orgulho da nação.
Apesar da beleza de seu palavrório, permanecemos sem saber qual é a verdadeira causa da Zika. A mosquita? A pesticida utilizada para matá-la? Reporto-me à mosquita, não à senhora, por favor. As vacinas cubanas com data de validade vencida?
Vamos combinar: a mosquita e seus 400 ovos foi uma jogada genial. Jamais imaginei que um bicho tão pequenino fosse capaz de botar tanto ovo. Que loucura… Já pensou se a mosquita fosse uma galinha, o lucro das granjas? Ou o tamanho das larvas? Deus nos livre… Em compensação, se a mosquita tivesse o tamanho de uma galinácea seria fácil combater a Zika, não é? Bastava metralhar todas. Enfim, estou tergiversando. Interessa-nos, agora, apenas a mosquita.
A senhora também alertou ao seu povo e à sua pova que seria importante matar as mosquitinhas antes de elas nascerem. Pode parecer cruel, assassinato e coisa e tal. Mas é por essas e outras que me ufano de meu país. O pessoal por aí pensando que somos Quinto Mundo, pobres e inguinorantes e nós, olha só, dando show de bola: conseguimos provocar aborto em mosquitas, procedimento da mais alta tecnologia. Deve dar a maior mão de obra. Imagina, só segurar a mosquita… Novamente, o mundo se curva ante ao Brasil. Os(as) nossos(as) os(as) veterinários(as) são os(as) mais especializados(as) da galáxia.
Encerro aqui o laudatório em homenagem à vossa excelência e à sua extraordinária capacidade oratória.
Vovô viu a uva.
Ivan tem medo do sapo.
Mosquita pica e dá Zika.
Presidenta, conosco ninguém podemo. Nóis semo apenas o máximo.