25 de abril de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

“Tudo é tudo.Nada é nada.” Tim Maia

Foi na esteira da Primeira Guerra Mundial que a ideia de “vanguarda artística” se levantou como vetor antagônico aos paradigmas de arte e cultura oficial, consagrada nos gabinetes do poder, nos salões das altas rodas e nas Academias de Letras & Artes.

Curiosamente, um pouco antes e no pós segunda grande guerra, espraiou no meio pensante alguma resistência à expansão da cultura de massa.

Importantes filósofos, intelectuais e artistas desse período enxergavam,alguns previam, que a indústria cultural, segmento inerente à esse meio, controlaria a produção e distribuição em larga escala desses produtos e se tornaria um fator preponderante que,ao fim e ao cabo, subordinaria a criação artística às suas diretrizes econômicas/ políticas e, por fim, consolidaria o sonhado (pesadelo) da ‘formação de público’.

Hoje, ao ver segmentos do oficialato cultural, como a Academia de Letras, consagrar expoentes da cultura de massas, me pergunto:

Quem de fato cedeu aos encantos do oficialato cultural?

Os artistas contemporâneos, supostamente inquietos e contestadores em relação ao seu tempo, abriram mão dos princípios estéticos em prol dos velhos paradigmas acadêmicos?

Ou, os velhos princípios e rigor acadêmico não eram de fato ‘imortais’, como seus membros arrogavam ser?

Ou “Tudo é tudo! Nada é nada”, como dizia o síndico: Tim Maia

No início do Século XX, tempo de Duchamp, Nijinsky, da Sagração da Primavera, da Vanguarda Histórica etc, Ortega y Gasset, refletia em seus escritos algo assim: “quando a massa chegar ao poder, trará consigo todos os seus traços dominantes, isto é, seus costumes, valores, tradições, visões, concepções e…tudo e todos que não estiverem nesse nível se tornarão invisíveis… antagônicos.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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