7 de dezembro de 2024
Adriano de Aquino Colunistas

Davos e a globalização

Foto: Google Imagens – C-Span2

O longo discurso do líder chinês Xi Jinping em Davos, foi abraçado pelos membros do ‘clube’ não pela clareza e consistência dos propósitos apresentados mas por uma questão crucial lançada furtivamente entre as propostas do líder chinês: “Não há espaço para discursos contra a globalização”.

Em breve, o banimento dos críticos da globalização será decretado por um presidente qualquer e o único “espaço” reservado aos críticos será a prisão.

No correr dos anos, a globalização se tornou uma ‘sinuca de bico’ para o capitalismo internacional. Essa é a verdade oculta que todos negam debater na Suíça ou no deserto do Saara.

A estratégia de atração de capital externo do modelo chinês, se funda no controle estatal dos meios de produção, baseado em mão de obra barata, desprotegida de leis trabalhistas e direitos humanos e o controle ferrenho da informação que só transmite dados sobre condições sociais, meio ambiente, produção industrial e qualidade de vida depois de devidamente analisados e filtrados pelo sistema estatal.

Um forte aparato estatal, supervisionado por implacável poderio militar, é garantia de que no país não ocorrerão greves ou manifestações sociais que findem em prejuízos financeiros aos investidores ‘globais’.

Um lugar assim é um Paraíso para o dinheiro que busca segurança e altos lucros.

Esse atrativo seduziu grandes empresas com sedes em países da Europa, os EUA e etc. a participarem do ‘negócio da China’, transferindo fábricas e investindo grandes somas naquele país.

Com o passar do tempo o parque industrial chinês se diversificou, tornando-se o maior polo produtor de bens de consumo e insumos tecnológicos para vários setores, inclusive para o setor da saúde.

Hoje, praticamente monopolizados pela China.

A ‘sinuca de bico’ da aventura da globalização, prostrou os grandes investidores do ocidente que lá investem pesado.

Diversos setores da indústria do ocidente deixaram seus países de origem e se instalaram na China, sob leis e condições chinesas, evidentemente.

Por essas e outras é difícil dimensionar o grau de dependência de inúmeros países- mesmo os mais ricos- da gama de produtos produzidos na China.

O Contrassenso de Washington e a globalização.

Fazer uma autocrítica dos excessos e danos causados pela globalização aos diversos países do ocidente, rebocados pela globalização, exige coragem e compromisso com a verdade.

Todavia, essa é a única forma de reverter o jogo que enriqueceu e agigantou o poder da China.

Não creio que os sócios do clube de Davos, muitos dos quais tem imensos investimentos naquele país, tenham a hombridade de reconhecer o trágico ERRO da globalização, que tanto os enriqueceu.

‘Perdeu, playboy!’

Esse é o resumo do discurso do ditador chinês em Davos.

É claro que para os bacanas, pegos no ardil da globalização, armada por eles mesmos, não podiam fazer outra coisa senão aplaudir.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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