7 de setembro de 2024
Adriano de Aquino

Desafio aos cientistas

Durante a Guerra Fria (anos 60/70), o Departamento de Defesa dos EUA, recrutou cientistas da informação para desenvolver uma rede de comunicação para os computadores de uso militar em pontos estratégicos.

Em 1991, o sistema era tão popular que foi aberto ao público externo com o termo “Internet”.

Em 1993, com a criação do navegador Mosaic, o sistema digital se expandiu na velocidade da luz.

Foi tudo tão imprevisível e rápido que em 1997, 200 mil sites e dezenas de navegadores já estavam disponibilizados para milhões de usuários em diversas regiões do planeta.

Este resumo visa situar meu espanto diante do desafio feito pelo Presidente do Brasil para que os cientistas brasileiros “criem vergonha” e, até julho desse ano, quando acontecerá uma Conferência Nacional, “tratem de apresentar um produto de IA em língua portuguesa, criado por brasileiros. Porque a gente não vai permitir que nos roubem a criação da Inteligência Artificial, assim como foi roubada a criação do avião.”

Ainda que a convocação(sic) aos cientistas brasileiros aconteça com mais de trinta anos de atraso, o que mais surpreende é o impacto tecnológico/cultural retardatário entre os que “eram felizes antes da Internet”, o jornalismo empresarial com viés censor às redes sociais/contra a voz de milhões de usuários que veem no sistema uma tribuna livre, que os permite não apenas coletar informações mais amplas, para além das pautas editorias mas, também, expressar suas opiniões, gostos e futricas sobre os mais diversos temas.

Não sei se esse desafio irá se concretizar ou como outras tantas mensagens, cairá no esquecimento tanto de quem disse quanto de quem ouviu.

Enquanto a “Internetbras” é apenas um lampejo retórico, a Internet real e disponível segue balançando o coreto dos demagogos, como vemos nas noticias de hoje postadas na rede.

Nos States, surgiu uma nova onda de influenciadores em apoio ao candidato presidencial republicano Donald Trump. O tópico a se destacar é a proposta desses ativistas de concentrar o debate político sobre o ‘grande problema que se tornou imigração’. Não apenas Europa, onde o desastre eleitoral dos progressistas se deve em grande parte ao repúdio do eleitor à desastrosa política migratória .

Milhares de eleitores retratam os imigrantes ilegais como perigosos em diversos sentidos. Sobretudo no que diz respeito aos costumes, cultura, segurança, educação e trabalho.

Independentemente das posições ideológicas /partidárias de milhões de eleitores que votaram contra os governos de viés progressista, novamente constatamos o fragoroso fracasso das editorias tradicionais/reacionárias, ao classificar todo opositor ao ‘status quo’ progressista como gentalha de “extrema direita”, o que vem gradualmente levando milhares de velhinhas/jovens e coroas que desejam mudanças, a repudiar com mais vigor a imprensa ativista.

Como pode-se perceber, não apenas a Internet balançou as estruturas dos meios tradicionais de comunicação.

A arrogância e uma abjeta performance de superioridade intelectual dos próprios funcionários dessas empresas, ajudam a empurrar os tradicionais veículos de comunicação para o abismo da insignificância.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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