16 de setembro de 2024
Adriano de Aquino

Ainda sobre a abertura das Olimpíadas

Não falarei mais sobre a colcha de farrapos que teceu alguns quadros do evento de abertura das Olimpíadas.

O professor de história medieval da Sorbone, curador do quadro vivo “Santa Ceia x Banquete dos Deuses”, que resultou numa polêmica artificial, tentou tecer considerações sobre a representação mitológica/sacra (ops!) da cena mais desastrosa do cortejo.

O que já era ruim piorou.

Na tentativa de explicar, para os leigos e ignorantes (codinome da extrema- direita), o elevado teor do seu conceito, o curador lançou mão da História da Arte.

Afinal, arte é o podium perfeito para interpretações subjetivas e, na maior parte das vezes, uma jogadinha cult para o deleite dos ‘savants’ de efemérides.

Assim, surgiu na cena o pintor holandês Jan van Bijlert, até então um ilustre desconhecido da plebe turística que, curiosa, fará uma peregrinação pelos museus à cata da pintura oportunamente referenciada.

Mas, o que nesta novela oculta, está sendo negligenciado? Por quê?

Ora, pouco importa a referência curatorial sobre a obra reinterpretada. O que está em jogo é a mensagem do ‘quadro vivo’.

A cena é uma apologia à vertente ideológica “woke”, que hoje, abraça todas as letras do alfabeto e, na ponta, reincide em ataques para estigmatizar os ícones da cultura ocidental que se estende das franjas da cultura grego romana até a gradual consolidação dos valores judaicos cristãos que balizam a cultura ocidental contemporânea.

Esse é o foco central da mensagem.

Van Bijlert, está sendo usado como boi de piranha para desviar as atenções do verdadeiro alvo da representação.

Não é um vago delírio supor que esse evento se soma e reforça as crescentes manifestações hostis à cultura ocidental, lato senso incluso – o cristianismo e as monstruosas demonstrações de antissemitismo (pró-Hamas) que inundam as capitais dessa banda do mundo.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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