7 de setembro de 2024
Adriano de Aquino

Oliver Wiseman para o The Free Press

Nesse trecho do artigo de OLIVER WISEMAN para o The Free Press, nota-se a abordagem livre e surpreendente sobre temas importantes, tratados pela grande imprensa com a velha metodologia pautada nos interesses do ‘Quarto Poder’ e suas filiações aparentemente ideológicas/partidárias mas que não enganam o leitor atento.

A convergência das grandes empresas de comunicação nas disputas políticas- nos EUA e em países do Ocidente- revelam que interesses difusos formatam a noticia no modo propaganda que, por um lado, difama o adversário e por outro enaltece seu candidato.

Nesse artigo The Free Press inverte o roteiro dominante na grande imprensa e dá ênfase a um dado crucial que toca fundo no emocional do eleitor que deseja mudanças para além das disputas acirradas no interior do partido republicano e que estressa o nervo central do establishment.

Vance – o caipira combativo e vencedor- não é o bom moço simplório e palatável que facilmente se subjuga as ordens superiores. Sua dramática historia, narrada no seu livro autobiográfico que foi best seller na coluna literária do New York Times, revela um sujeito inquieto e cheio de contradições. É esse aspecto humano e sensível que dará o tom emocional dessa campanha. Ele se parece demais com o homem comum americano.

O sujeito que veio de baixo e que tinha tudo para ser um perdedor vitimizado, mas que venceu varias tormentas e, hoje, é uma voz respeitada entre as elites norte-americana.

As considerações finais desse artigo: ‘Vance, superou e venceu difíceis desafios e se tornou alguém bem-vindo na elite americana – como Trump nunca foi’

Nesse sentido, Vance é o exemplo em carne e osso da legenda MAGA – Make America Great Again. O caipira companheiro de chapa.

Oliver Wiseman para The Free Press

“A escolha de JD Vance por Donald Trump como seu companheiro de chapa é notável em mais de um aspecto.

Há a jornada de Vance desde o lar desfeito em um Ohio rural pobre sobre o qual ele escreveu em Elegia caipira, até os fuzileiros navais. Do estado de Ohio, para a Faculdade de Direito de Yale e para o Senado, e agora uma chapa presidencial.

Também notável a sua transformação de um proeminente “Never Trumper” – que certa vez chamou o seu agora companheiro de chapa de “Hitler da América” e um “opioide para as massas” – para um trumpista entusiasta na vanguarda da Nova Direita.

Para alguns, a jornada de Vance é bastante simples de explicar: é a história de um “ vendido ” inteligente e ambicioso e de um “idiota raivoso”, como um de seus (ex-) amigos da faculdade de direito colocou no X ontem. Para esta multidão, Vance é apenas o exemplo mais extremo de uma história familiar de republicanos que se curvam ao homem que assumiu o seu partido.

Mas Vance é uma figura muito mais complicada – e interessante – do que isso.

Concorde ou não com ele, ele passou por uma conversão ideológica sincera desde 2016. Isso ficou óbvio para mim quando o segui na campanha em 2022. E é óbvio em qualquer discurso ou entrevista que ele dá. Ele não é alguém que apenas repete os pontos de discussão do seu partido. (Ele também passou por uma conversão real: recomendo a entrevista de Rod Dreher com ele no dia em que foi batizado e recebido na Igreja Católica em 2019.)

No Senado, ele não apenas votou com a manada do Partido Republicano, mas também se uniu aos democratas numa série de projetos de lei que demarcam um novo território ideológico para os republicanos. Ele deixou alguns dos doadores de Trump desconfortáveis.

Ao escolher Vance, Trump deixou claro que seu projeto envolve mais do que sua personalidade.

A chapa presidencial republicana tem agora um sabor ideológico distinto.

Tem dentes. Philip Klein, da National Review , chamou a escolha de “mais um prego no caixão do republicanismo Reagan”. (Isto não é um elogio a essa revista.) Vance é um crítico proeminente do envolvimento dos EUA na Ucrânia (para saber mais sobre as suas opiniões em política externa, recomendo este artigo do meu colega Isaac Grafstein).

Ele também é economicamente pouco ortodoxo – e mais relaxado em relação ao envolvimento do governo na economia do que muitos dos seus colegas. Ele apoiou um salário mínimo mais alto e elogiou Lina Khan, presidente da FTC de Joe Biden e defensora de políticas antitruste mais robustas.

Essas considerações ideológicas foram decisivas para Vance? Suspeito que um fator mais importante foi o fato de, em Vance, Trump ter visto alguém que foi bem-vindo na elite – como Trump nunca foi – mas que lhe deu as costas.”

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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