7 de dezembro de 2024
Erika Bento

País de merda!


Não peço desculpas pelo título do texto. Merda é pouco para o cheiro fétido, a náusea e a revolta que sinto, hoje, ao ler que o menor que confessou ter participado da morte do menino João Hélio, no Rio, está sob proteção do Governo! Ele pode ainda receber uma pensão, ganhar uma identidade nova e até um lugar seguro para morar, enquanto a morte de João Hélio acaba de completar três anos. Enquanto a família de João Hélio, sem ajuda alguma, tenta – todos os dias – superar uma dor que nunca vai acabar.
Que merda é essa encabeçada pelo advogado, Carlos Nicodemos, Secretário do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente e presidente da ONG Projeto Legal, que solicitou a inclusão do menor no Programa de Governo Federal de Proteção a Menores Ameaçados de Morte? Quanta merda junta! Menor ameaçado de morte? Um menor que participou com outros três monstros do assassinato de um menino de seis anos, arrastado por sete quilômetros (sete quilômetros!!!) por fora do carro, amarrado ao cinto de segurança, mesmo que várias pessoas tivessem gritado alertando os bandidos sobre o garoto sendo arrastado?
Perguntar onde estava esta merda de ONG quando João Hélio foi arrastado é banal, porque ONGs como estas se preocupam apenas com os milhões que recebem do Governo e com os menores do tráfico dos morros cariocas. Perguntar por que este menor está sendo protegido é banal, uma vez que ele, mesmo detido, se envolveu na tentativa de morte de um agente penitenciário. É de menores assim que o Brasil precisa? É de ONGs assim que o país precisa? É sim! País de merda precisa de mais merda. Que protejam assassinos, que deem nosso dinheiro a eles, que deem os seus filhos a eles!
Este “menor” já nem é menor de idade mais! Acabou de completar 18 anos e nem teria direito ao tal Programa. Nada, absolutamente nada justifica esta tal proteção que nenhuma criança abandonada nas ruas das grandes cidades brasileiras tem. Quantas crianças estão nas ruas, hoje, sendo ameaçadas de morte? Uma ameaça velada, vivendo sob o medo da noite, os abusos, a fome, a falta de um abrigo, de dinheiro, de emprego para seus pais.
Quando este país vai sair desta merda moral, ética, social e política em que está? O que é preciso acontecer para que haja uma revolução neste país? Talvez depois do Carnaval…. mas o Carnaval já acabou.
E nada.
Os meus pêsames a todos os brasileiros. O país acabou de enterrar mais um pouco do pouco da dignidade que ainda resta.
Crônica publicada em 19/02/2010 – Memórias do Boletim

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