11 de setembro de 2025
Adriano de Aquino

Deslumbrante visualidade

A superprodução visual realizada pelos “criadores” do regime chines para deslumbrar os visitantes da cimeira militar ostensiva, em comemoração aos 80 anos do dia da vitória contra a agressão japonesa e da guerra mundial antifascista(sic) deslumbrou os saudosistas.

A presença de dois brasileiros, Celso Amorim e Dilma Rousseff, foi ofuscada na mídia internacional.

Entre os presentes o destaque midiático foi para as excentricidades de ditadores assumidos como Kim Jong-un, que incluiu na comitiva oficial uma equipe de ‘cleaners’ para eliminar todo e qualquer rastro biológico da sua passagem por Pequim.

A equipe seguia todos os passos do ditador recolhendo cabelos, excrementos ou guimbas de charuto para não deixar indícios biológicos no país estrangeiro.

Celso Amorim, certamente relatará para seu líder toda a emoção estética despertada pela parada militar chinesa.

Como nos idos dos anos 70/80, Amorim foi diretor executivo da Embrafilme, imagino que ainda tenha no rol de amigos cineastas e produtores de dramaturgia visual.

Quem sabe nas conversas com alguns’criadores’ amigos, Amorim venha a lhes despertar o interesse em gerar produtos visuais que enalteçam a estética comunista do período da Guerra Fria. Abrindo mão de vez das similitudes do cine/Tv brasileiro com a estética hollywoodiana, dando vida a ‘soberania’ visual brasileira.

A foto desta coluna, capturada na cimeira chinesa de 2025, é uma imagem atemporal inspiradora.

O cenário, bem como os personagens, poderiam perfeitamente ser um fotograma de uma película dos anos 60 sobre a Guerra Fria.

Amorim poderia dar vida a um viés histórico reparador.

Ao invés da derrota da Internacional Socialista pelas forças democráticas do Ocidente livre, os filmes e novelas brasileiras poderiam adotar, agora, que estão no poder, a dinâmica da política cultural socialista e ‘soberana’, seguindo o modelo do comunismo vencedor que tanto admiram.

Adriano de Aquino

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial "Em Busca da Essência" Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.

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