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O longo discurso do líder chinês Xi Jinping em Davos, foi abraçado pelos membros do ‘clube’ não pela clareza e consistência dos propósitos apresentados mas por uma questão crucial lançada furtivamente entre as propostas do líder chinês: “Não há espaço para discursos contra a globalização”.
Em breve, o banimento dos críticos da globalização será decretado por um presidente qualquer e o único “espaço” reservado aos críticos será a prisão.
No correr dos anos, a globalização se tornou uma ‘sinuca de bico’ para o capitalismo internacional. Essa é a verdade oculta que todos negam debater na Suíça ou no deserto do Saara.
A estratégia de atração de capital externo do modelo chinês, se funda no controle estatal dos meios de produção, baseado em mão de obra barata, desprotegida de leis trabalhistas e direitos humanos e o controle ferrenho da informação que só transmite dados sobre condições sociais, meio ambiente, produção industrial e qualidade de vida depois de devidamente analisados e filtrados pelo sistema estatal.
Um forte aparato estatal, supervisionado por implacável poderio militar, é garantia de que no país não ocorrerão greves ou manifestações sociais que findem em prejuízos financeiros aos investidores ‘globais’.
Um lugar assim é um Paraíso para o dinheiro que busca segurança e altos lucros.
Esse atrativo seduziu grandes empresas com sedes em países da Europa, os EUA e etc. a participarem do ‘negócio da China’, transferindo fábricas e investindo grandes somas naquele país.
Com o passar do tempo o parque industrial chinês se diversificou, tornando-se o maior polo produtor de bens de consumo e insumos tecnológicos para vários setores, inclusive para o setor da saúde.
Hoje, praticamente monopolizados pela China.
A ‘sinuca de bico’ da aventura da globalização, prostrou os grandes investidores do ocidente que lá investem pesado.
Diversos setores da indústria do ocidente deixaram seus países de origem e se instalaram na China, sob leis e condições chinesas, evidentemente.
Por essas e outras é difícil dimensionar o grau de dependência de inúmeros países- mesmo os mais ricos- da gama de produtos produzidos na China.
O Contrassenso de Washington e a globalização.
Fazer uma autocrítica dos excessos e danos causados pela globalização aos diversos países do ocidente, rebocados pela globalização, exige coragem e compromisso com a verdade.
Todavia, essa é a única forma de reverter o jogo que enriqueceu e agigantou o poder da China.
Não creio que os sócios do clube de Davos, muitos dos quais tem imensos investimentos naquele país, tenham a hombridade de reconhecer o trágico ERRO da globalização, que tanto os enriqueceu.
‘Perdeu, playboy!’
Esse é o resumo do discurso do ditador chinês em Davos.
É claro que para os bacanas, pegos no ardil da globalização, armada por eles mesmos, não podiam fazer outra coisa senão aplaudir.
Artista visual. Participou da exposição Opinião 65 MAM/RJ. Propostas 66 São Paulo, sala especial “Em Busca da Essência” Bienal de São Paulo e diversas exposições individuais no Brasil e no exterior. Foi diretor dos Museus da FUNARJ, Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas /FUNARTE e outras atividades de gestão pública em política cultural.