26 de abril de 2024
Colunistas Priscila Chapaval

O amor em tempos de vírus

Hoje acordei achando que estava começando a ficar resfriada. Alguns espirros, um pouco de dor de garganta. Imagine eu, hipocondríaca ao cubo!
(Acho que tudo isso me remete à minha infância, quando com 3 anos de idade contraí Difteria ou Crupe. Tive que ser operada às pressas, não respirava e tiveram que fazer traqueostomia. Me lembro do tubo de oxigênio, e da porta trancada do quarto no setor Isolamento do Emilio Ribas onde as visitas me viam por uma janelinha. E graças aos meus pais que me levaram às pressas para o Emílio Ribas, e a rapidez do corpo médico sobrevivi!)
Voltando ao agora, corri para o consultório do médico otorrino. E hoje pela primeira vez em tantos anos que ele me atende, pediu desculpas por me atender com máscara e luvas descartáveis. Não era nada comigo, só que ele trabalha num grande hospital e esta sempre em contato com outros pacientes.
Examinou maravilhosamente bem – ele é craque – e me diagnosticou com rinite alérgica, como sempre acontece agora começa o outono.
Uma vez consultada e sem medicação nova, voltei feliz da vida para casa. Viva!!!
No caminho me lembrei que precisava ir ao supermercado.
Fui e notei uma quantidade bem grande de casais fazendo compras. E o mais engraçado é que eles não sabem do que o outro ou outra gostam. Discutem e não levam nada. Next!
Outros casais mais velhos compravam 30 detergentes, 2 sacos enormes de arroz, sabão em pó em quantidade.Tudo muito com medo de faltar mercadoria.
Tá difícil a convivência full time. Amor ou desamor.
Por via das dúvidas minha compra que seria mínima cresceu um pouco.
Esse vírus sem-vergonha, de origem chinesa, veio mesmo para atrapalhar. “3a. Guerra Mundial ” só que virtual e com vírus no ar mas sem bombas atômicas. Ou seria igual?
Noto que a clínica de fisioterapia onde vou está vazia, os pacientes querem ser atendidos em domicílio. Na Acupuntura a mesma coisa.
Recebo posts e mensagens para eu não sair de casa! Ficar quietinha. Ai ai ai…
E assim vou vivendo um novo momento que nunca imaginei que fosse acontecer logo agora. Não gosto, sinto medo, insegurança e preocupação, sinto falta de gente perto de mim. Confinamento domiciliar. Pelo coletivo.
No meu tempo, mais dentro de casa e nesses dias em que me propus a ajudar a curva da doença cair, minha vida deu uma curva descendente. Acordo e ponho a roupa na máquina, preparo e faço minhas refeições em casa, arrumo tudo varro e aspiro a casa, faço meus artesanatos, cuido do jardim etc. Nesse meio tempo saio para caminhar pelo bairro e para tomar um cafezinho para ver gente! Conversar e respirar um pouco de liberdade!
À noite prefiro não sair. Vejo a novela e um programa qualquer interessante. Se tiver um bom filme, melhor. Ou leio um livro. Tenho vários de Cabala e do Kardecismo. Gosto muito, me acalmam.Medito e rezo. Sinto a presença de anjos perto de mim. Façam isso também. Tenho um app no celular chamado Lojong e ajuda muito a meditar.
Hoje cedo fiquei com saudades de uma amiga querida. Bateu uma saudade e liguei para ela. Há anos se casou com um italiano e foi morar na Itália na cidade de Bologna. Mama mia!!! A coisa está feia lá. Tiveram um filho lindo hoje com 10 anos.
A situação de lá é muito pior. E, como ela mesma confirmou, sobrou para ela porque o marido e o filho ficam o dia todo em casa. Duas crianças que bagunçam tudo. Depois ele dorme, maschio uomo! O garoto lindo, fica a mil por hora e estuda via internet com a professora. E brinca no celular o resto do tempo.
Há que se ter muito amor e compreensão nessas horas. Tempos do covid-19.
Disse ela que o pico será daqui a um mês. Não tem noção de quando sairão da quarentena. Quando ela sai para as compras tem que apresentar um papel onde tem a autorização de sair de casa. Senão paga uma multa de 200 euros.
E lá não tem empregada, principalmente agora.  Ela vai às compras, estuda com o filho e sua vida de dona de casa triplicou. De trabalho! Forza Italia!
Tanto faz aqui ou na Itália. Ou no mundo. O estrago da convivência ou da falta de convivência. Amor e desamor.
Medo e coragem. Tudo junto.
E a culpa é dos chineses.
Beijinhos virtuais a todos amigos queridos!! Saudades!!
Priscila Chapaval

Jornalista... amo publicar colunas sobre meu dia a dia...

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