29 de março de 2024
Walter Navarro

A invasão dos bárbaros


Maior parte dos brasileiros se incomoda em ver dois homens ou mulheres se beijando. 54,9% acreditam que existe “mulher para casar”, diz pesquisa. É preciso acabar com essa cultura do estupro, diz especialista.
Deu primeiro n’O Estado de S. Paulo: “Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) retrata o quanto a violência contra a mulher ainda é tolerada no País. A maioria (65%) dos brasileiros considera que merecem ser atacadas aquelas que usam roupas que revelam o corpo. Também é majoritário o grupo que acredita que, ‘se a mulher soubesse se comportar’, as estatísticas de estupro seriam menores. Os resultados provocaram espanto entre os próprios autores da pesquisa. A violência contra a mulher, avaliam, é vista como forma de “correção”. A vítima teria responsabilidade – por usar roupas provocantes ou por não se comportar do modo ‘desejado’. ‘Mais uma vez, tem-se um mecanismo de controle do comportamento e do corpo das mulheres da maneira mais violenta que possa existir’, dizem os autores da pesquisa”.
Pouco tempo depois veio esta: “O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) errou no resultado da pesquisa, 24 por cento dos brasileiros são a favor do estupro, quando as mulheres estão com roupas curtas e não 65”.
É muito erro, não acham? Virou até piada do Zé Simão no Facebook: “IPEA afirma que 95% dos flamenguistas sabem ler e escrever”. Na revista Piauí também: “38% das piadas com erro do IPEA tiveram graça, aponta pesquisa”. E muitas outras mais do mesmo tipo.
O IPEA pode ter errado feio, mas não estamos muito longe da verdade. Crimes sexuais não são muito denunciados por mil motivos, como medo ou vergonha. Mas ficou famoso aquele caso de Geisy Arruda que ficou conhecida ao ser publicamente hostilizada na universidade em que estudava, por trajar um vestido curto, considerado provocante.
Por coincidência – esta coisa que não existe – recentemente Geisy postou uma foto apoiando a causa “Eu não mereço ser estuprada”, segurando nua um cartaz com tais dizeres. Só que, em vez de estuprada, Geisy teria “escrivinhado” estrupada. Ao receber comentários informando o erro, Geisy deletou o post e o refez, escrevendo corretamente. O colunista Léo Dias do jornal O Dia, no entanto, salvou a foto com o erro ortográfico e divulgou.
Por isso, dá pra perguntar, aonde vamos parar? Quantos tipos de brasileiros existem? Quem é o verdadeiro brasileiro, o medieval ou o que se diz moderno? “Estupra, mas não mata”, é a famosa frase de Paulo Maluf, o amiguinho de infância do Lula. “Se o estupro é inevitável, relaxa e goza”, é famosa frase da sexóloga e mulher Marta Suplicy, do PT, partido de Lula.
Conhecem aquela piada zombando da formalidade dos britânicos? Perguntaram ao John se ele gostava de transar; fazer sexo e ele respondeu: “The sensation is good, but de position is ridiculous”.
Pois é, transar é ótimo, a sensação é ótima, mesmo que a posição seja ridícula… Transar com uma mulher quando ela está com “dor de cabeça”, sem vontade, é um saco, coisa muito desagradável. Imaginem então transar à força, contra a vontade dela. É crime e crimes devem ser punidos. Como?
Bom, lembro-me de ter visto uma punição exemplar e pública a um suposto estuprador na Índia – que ao lado da África do Sul é campeã nestes crimes sexuais – punição das mais cruéis. Na frente de enorme plateia de populares e curiosos, tiraram a calça do infeliz, colocaram-no de quatro, enfiaram um tipo de toco, lança de madeira em seu ânus e foram afundando o troço. Quando boa parte já tinha penetrado, colocaram-no de pé e a estaca foi perfurando o cara até que a ponta saiu pelo seu pescoço. A este tipo de morte chama-se empalação…
PS: E o que fazer com estupradores de crianças?

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

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