19 de abril de 2024
Walter Navarro

Advogado ingrato


José Maria Alkimim, ou Alckmin, ou Alkimim, ou Alkmin, nasceu em Bocaiúva (MG), num 11 de junho de 1901 e morreu, infeliz, natural e inevitavelmente em Belo Horizonte, dia 22 de abril de 1974. Era um político, mais que brasileiro, mineiro.
Dele e não de Tancredo Neves, com certeza, nasceu a expressão Raposa Política…
Zé Maria entrou para eternidade do folclore com uma das histórias mais engraçadas que já ouvi e continuo rindo.
O Raposão encontrou, trombou com um eleitor e logo perguntou: “Como vai seu pai?”.
No que o filho respondeu: “Dr. Alkmin, papai morreu…”.
E ele, num segundo: “Morreu para você, filho ingrato. Para mim, ele continua vivo…”.
Coitado do filho.
Esta frase do “filho ingrato” é tão boa que virou meio de vida, de comunicação. Saída, pela direita, pela esquerda, de fininho, à francesa na mão inglesa do trânsito.
Um clássico!
Mas, me contaram uma dele ainda melhor, como se fosse possível.
Antes de ser um ser animal político, Alkmin, foi advogado, claro…
E criminalista, penal.
Ele tinha um cliente que, depois de julgado, foi condenado a digamos, 39 anos de prisão. Alkmin recorreu, ganhou novo julgamento e seu cliente pegou, digamos, 69 anos de cadeia.
Naturalmente, em seguida, o infeliz reclamou a seu advogado: “Pô (porra) doutor! Minha pena aumentou… E agora? Tô fudido!”.
Alkmin, sem titubear, soltou esta perolar maravilha: “Meu filho, pense bem… 69 anos… Na verdade, isso dá 34.5 anos de cadeia porque, metade da pena, você vai passar dormindo…”.
PS: Hoje, 24 de janeiro de 2018, Lula passou de nove, para 12 anos de cana. Mas, tudo bem, metade ele vai passar tendo pesadelos de que foi preso.

Walter Navarro

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Jornalista, escritor, escreveu no Jornal O Tempo e já publicou dois livros.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *