28 de março de 2024
Vera Vaia

Espírito Santo, amém!


Está parecendo meio insolúvel a situação do Espírito Santo. O governador Paulo Hartung do PMDB, já falou que não tem de onde tirar o dinheiro para o aumento de salários dos PMs, e irritado com a situação, disse em entrevista que esse movimento é igual a sequestros: “eles sequestram o direito de liberdade do cidadão, e ainda pedem resgate”.
A população segue sitiada e até quinta-feira, mais de cem mortes tinham sido contabilizadas. Ninguém sai pras ruas, mesmo porque não têm por que sair. Não tem comércio, não tem transporte, não tem atendimento médico. Vitória lembra aquelas cidades do “farveste” americano em dia de duelo entre mocinho e bandido.
Agora difícil entender como surgiram tantos bandidos assim, de um dia pra outro. Não parece estranho que meliantes das mais variadas modalidades tenham brotado do chão como num passe de mágica?
Não parece estranho que os parentes dos policiais estejam se manifestando com tanta veemência, como jamais se viu em nenhuma outra greve?
Será que o maestro do Sindicato da Polícia Militar ganhou batuta nova? Sua orquestra, pelo menos, parece bem afinada.
Fora o bafafá dos policiais, tem outros dois assuntos na política que não saem dos noticiários. Toda vez em que a gente liga a televisão, tá lá: Pezão/Dornelles estão fora. Pezão/Dornelles estão dentro. Moreira Franco está fora. Moreira Franco está dentro. Isso já está parecendo aquele quadro humorístico vivido pelo irmão Carmelo (Jô Soares) e o Batista (Paulo Silvino): casa, separa. Casa, separa…
Mas como todo mundo está sujo na rodinha, fica difícil estabelecer quem fica e quem não fica.
O recém-eleito Presidente da Câmara, por exemplo, foi pego com a boca na botija da OAS. Mas como todo bom político, ele desmente Léo Pinheiro e disse que nunca beneficiou a empreiteira em troca de favore$ pessoais, que é inocente, que vai colaborar com as investigações, e blá, blá, blá…
Aliás, os políticos podiam mandar fazer um carimbo com esse chavão, para emissão de notas à imprensa, ou andar com uma gravação no bolso para entrevistas ao microfone. Poupariam suas canetas e suas salivas.
E por falar em nome sujo, a Comissão de Constituição e Justiça, escolheu a dedo (podre) sua nova equipe. Dos 13 representantes, 10 são citados em algum imbroglio, inclusive o capo Edison Lobão, que disse que não se sente constrangido em assumir o cargo, apesar das delações. Claro! Por que alguém que não se constrange em se meter em negócios ilícitos, se constrangeria com os lícitos?
Essa turminha aí, vai entre outras coisas, sabatinar o Alexandre de Moraes, indicado para o cargo de Ministro do Supremo. Com que moral vão decidir se o homem está ou não apto para tão importante cargo?
É assim! Nessa floresta encantada, os lobos uivam enquanto a caravana indignada, passa.
E tem mais lobo na Câmara com pressa em aprovar projeto que tira os poderes do TSE. Por que, mesmo? Ah! Parece que é pra livrar  a cara dos políticos ficha-suja,  aqueles que devem os tubos pra União mas que vão poder continuar exercendo livremente seus cargos. Que farra!
E aproveitando a maré de malandragens, vem o senhor Eduardo Cunha querendo se livrar da cana, alegando ter um aneurisma “igual ao da dona Marisa”. Safadinho, hein?
Mas como ele sabe que essa conversa não vai colar, fica parecendo mais que quis mandar um recado pro Lula, tipo se eu continuar preso, você fica viúvo de novo!
Eita!

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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