8 de maio de 2024
Colunistas Vera Vaia

Nem tudo está perdido!

A última terça-feira foi agitada na mídia e nas redes sociais, e quem se encarregou do agito foi nosso ilustríssimo senhor presidente da República, Lula da Silva.

O que já era ruim ficou ainda pior nas falas alteradas dele durante evento no Palácio do Planalto. Espumando, disse: “O Hamas cometeu um ato terrorista e fez o que fez. Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra…”

Ao comparar os ataques israelenses ao grupo terrorista Hamas, Lula virou alvo fácil dos estilingues nacionais e internacionais, que consideraram ser esse um discurso de ódio. Alguns entendem que isso ajuda a engrossar os pavorosos movimentos antissemitas já espalhados pelo mundo e que podem chegar ao Brasil.

Mas quem conhece bem seu Luiz Inácio não deve estar surpreso com essas declarações.

Antes mesmo da criação do PT, o líder sindical Lula deu uma entrevista à revista Playboy onde mostrou a bunda (no mau sentido, claro; no bom sentido, a Playboy só mostrava bundas de coelhinhas) pra quem quisesse ver.

Disse que admirava o líder comunista e revolucionário Mao Tsé Tung porque ele “lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa”. Disse também que admirava a disposição, a força e a dedicação de Adolf Hitler: “Hitler tinha aquilo que eu admiro num homem, fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer”. Quando perguntado sobre líderes vivos naquela época que ele admirava, não teve dúvidas, foi de Fidel, seu grande inspirador: “Fidel Castro, que se dedicou a uma causa e lutou contra tudo”.

Entonces, surpresa zero.

Mas, quando a gente já estava começando a apagar a imagem de um presidente stronzo que se esqueceu de passar na fila da diplomacia antes de se expor aos líderes de outros países, lá vem esse e pimba. Emporcalha tudo de novo.

Falando do stronzo, o Bozo teve dois destaques nas redes sociais durante a semana. Ganhou uns merreis na loteria e se deixou fotografar com homens de sunga em um evento organizado pelo filho Carluxo.

Nada demais se o protagonista não fosse um macho estilo Ramiro da novela Terra e Paixão. Daí o tititi por parte dos internautas que caíram de boca, ops, nas fotos.

Deixando esses dois estrumes de lado, a Globo nos deu um presentaço nesta última quarta-feira.

O programa com Milton Nascimento e a dupla Chitãozinho e Xororó lavou a alma de quem é fã de carteirinha, como eu, de um dos maiores nomes da MPB, o Bituca, como Milton é chamado pelos amigos.

Em comemoração aos 50 anos de carreira da dupla e aos 60 anos de estrada de Milton, o programa Som Brasil, apresentado por Pedro Bial, trouxe à tona o resultado final do álbum “Outros Cantos”, gravado pelo terceto separadamente, ainda durante a pandemia. O encontro finalmente se deu ao vivo com direito a emoção à flor da pele entre os participantes e a lágrimas dos telespectadores. Pelo menos algumas minhas conseguiram arrancar. Eu que nem era fã da dupla sertaneja tremi nas bases quando ouvi “Seu Bento e dona Linda”, uma das sete músicas do álbum, cantada pelos três.

O problema é que, além de a música ser linda, cheia de sentimentos, a Rita Lee nos ensinou a ter mania de você, Milton. Não tem como segurar. Sua voz (agora um pouco trêmula) toca os corações e mentes de quem vivenciou os anos dourados da música popular brasileira.

E ainda traz evidências de que nem tudo está perdido.

Vera Vaia

Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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Mãe de filha única, de quatro gatos e avó de uma lindeza. Professora de formação e jornalista de coração. Casada com jornalista, trabalhou em vários jornais de Jundiaí, cidade onde mora.

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