28 de março de 2024
Vinhos

A Tendência atual são os “Vinhos Naturais”

Mais um modismo, sobre o qual já escrevemos em umas das colunas em que desmitificamos alguns conceitos. Vinho Natural, embora seja um termo “guarda-chuva”, tem sido um trend topic nos principais meios de comunicação especializados.

A primeira reação seria afirmar que qualquer vinho é natural, o que na opinião de uma maioria de especialistas, estaria correto. Mas, recentemente, a Ava Winery, localizada em S. Francisco, Califórnia, apresentou o seu primeiro vinho sintético ou artificial, uma combinação de água, etanol e flavorizantes diversos. O principal objetivo desta vinícola é reproduzir grandes vinhos, que já não existem mais, permitindo que as gerações atuais possam experimentar, por exemplo, um Chateau Montelena 1973 ou o Dom Perignon 1992.
Honestamente, Vinho Natural passa a fazer sentido, mas há outras coisas debaixo deste chapéu.
Este termo foi cunhado para abrigar técnicas de cultivo e vinificação, tipicamente as orgânicas e as biodinâmicas, além de algumas variantes como os vinhos vegetarianos.
Algumas regras são bem claras para este grupo:
– Uvas cultivadas num dos sistemas mencionados;
– Colheita manual, exclusivamente;
– Manipulação mínima na elaboração (note-se que o termo “manipulação” decorre do Latim “manus” + “pleo” ou “encher com as mãos…);
– Fermentação espontânea pelas leveduras nativas;
– Técnicas de vinificação minimamente intrusivas de maneira a não modificar o sumo;
– Não utilização de sulfitos, um agente sanitizador ou, pelo menos, utilizar doses homeopáticas;
A linha vegetariana é ainda mais exigente, não permitindo o uso de nenhum agente clarificante de origem animal com clara de ovos (albumina), ictiocola, gelatina animal, etc. (mas esterco, como adubo no vinhedo, pode…)
Confesso, são conceitos um pouco difíceis de assimilar ou estabelecer um limite claro do que pode ou não.
Quanto ao produto final, há os que são adeptos fervorosos (quase uma religião) e outros que simplesmente desconfiam que isto tudo não passa de uma bela jogada de marketing de vinhateiros desconhecidos em busca de reconhecimento.
Se as uvas forem cultivadas com todos estes cuidados e os vinhos elaborados corretamente, não há razão para não serem tão bons ou piores dos que ditos “comerciais”. Qualquer iniciativa que vise preservar o meio ambiente é sempre positiva.
Como em qualquer outra atividade, existem as coisas boas e as ruins. Um dos principais problemas dos “naturais” é a dificuldade de estabilizá-los. Deterioram-se com muita facilidade, por não conter nenhum agente antibacteriano. A aparência mais turva que os vinhos comuns é outro fator que influencia a baixa aceitação desta classe de vinhos.
Se olharmos do ponto de vista dos importadores e distribuidores, um lote pode virar vinagre só no transporte desde a origem até o destino final. Isto seria o caos: todo mundo perde.
Outro fator importante é o preço final, geralmente bem maior que os da mesma faixa. Por ser uma produção que depende intensamente de mão de obra, não há como reduzir custos de produção.
Os produtores dos Vinhos Naturais levam suas práticas comerciais ao extremo, também, com o denominado “Comércio Justo”. No Brasil já existe um site dedicado a estes produtos. Vale a pena uma visita: https://garrafalivre.com.br/
Quanto à tendência, “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”.
Saúde e bons vinhos!
Vinho da semana: um espanhol ecológico.
Urbezo Organico Chardonnay – $$
Elaborado com uvas de cultivo orgânico, apresenta coloração amarela brilhante, repleto de aromas finos e elegantes, com notas de frutas tropicais, frutas cítricas, pera e maçã. Saboroso, com acidez equilibrada e boa estrutura.
Harmonização: Bacalhoada, Aves com molho de nozes, Aspargos, Ostras, Camarões, Bobó de Camarão, Lagosta, Risotos com Frutos do Mar, Paella.
Compre aqui: www.vinhosite.com.br

 
 
 
 

*** Para os leitores de Belo Horizonte e regiões próximas:
CASA RIO VERDE FAZ TRÊS EDIÇÕES DO CURSO DE INICIAÇÃO AO MUNDO DO VINHO EM JANEIRO
Que tal começar o ano aprofundando seus conhecimentos sobre o vinho, bebida cada vez mais popular na mesa dos brasileiros? A Escola de Vinhos da Casa Rio Verde abriu inscrições para três edições do curso “Iniciação ao Mundo do Vinho”, em janeiro.
Duas edições acontecem durante a semana: de 23 a 25/jan e de 30/jan a 01/fev. São três horas de aula/dia, totalizando nove horas de curso. Para quem prefere fazer o curso no final de semana, haverá uma turma no sábado, dia 28 janeiro, também com 9 horas de duração.
O curso abrange informações teóricas como tipos de uva, regiões produtoras, dicas de harmonização. Na parte prática, são degustados 12 rótulos, cada um de um estilo de vinho. As aulas acontecem na sala de treinamento da loja da Praça Marília de Dirceu, 104, bairro de Lourdes.
A novidade é que agora, além das lojas da Casa Rio Verde e do telefone 3116-2301, o interessado pode fazer a inscrição pelo site, no link www.vinhosite.com.br/vinhos/curso .
SERVIÇOCURSO DE INICIAÇÃO AO VINHO – CASA RIO VERDE – JANEIRO
Turma 1 – 23, 24 e 25 de janeiro (19 às 22H)
Turma 2 – 28/janeiro (9 às 19h)
Turma 3 – 30, 31/jan e 1/fev (19 às 22h)
Carga horária: 9 horas
Degustação: 12 rótulos de diferentes estilos
Local: Casa Rio Verde – Praça Marília de Dirceu, 104 – Lourdes
Valor do investimento: R$ 299 por pessoa (capacidade 18 pessoas) – sócios do VinhoClube da Casa Rio Verde pagam R$209,30.
Inscrições e informações: www.vinhosite.com.br/vinhos/curso
Telefone: 31-3116-2300

Tuty

Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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Engenheiro, Sommelier, Barista e Queijeiro. Atualiza seus conhecimentos nos principais polos produtores do mundo. Organiza cursos, oficinas, palestras, cartas de vinho além de almoços ou jantares harmonizados.

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