Sou da época em que a previsão do tempo dava a impressão de que o meteorologista olhava para fora, pela janela, molhava o dedo, sentia de que lado vinha o vento e fazia a previsão no rádio e sorte nossa se desse certo.
Depois disso, eu ouvia o “Homem do Tempo”, Narciso Vernizzi, que não era muuuuuuuuiiiiiito diferente disso, igualmente “genérico”.
Chamou minha atenção o fato de o serviço meteorológico existente hoje ter de explicar seguidamente os erros acontecidos nas previsões – e, claro, os locutores que interagem com eles, não dão trégua; “Mas você disse que ia chover…” E podemos sentir os caras se contorcendo como minhocas ao sol para dar uma “explicação plausível”: “É que o vento mudou subitamente de lado e…”
“Vai chover a cântaros” e o negócio é ir de capa e guarda-chuva, abortar os passeios de bike, pois até para levar o cachorro fazer pipi vai ser difícil. Aí não cai uma gota e sai um sol causticante e o alerta laranja de tempestade, pela segunda vez, fica totalmente desmoralizado!
Não deixa de ser interessante pensar que a coisa era mais ou menos o que aconteceu na semana passada e nesta: “Se não chover, vai fazer sol” – e isso com toda a tecnologia disponível atualmente… Aparentemente, estamos recebendo um aviso que está sendo ignorado solenemente!
Tudo está atípico no mundo inteiro, mas não parece criar real preocupação.
Um cientista famoso comentou que costumava fazer previsões pensando em seus netos e bisnetos, mas que, hoje, tem dúvidas em relação a elas pensando em sua própria filha, sobre que mundo sua geração estaria deixando para ela…
Assim, ao que tudo indica, o mundo deve acabar em fogo – isso se Putin esperar para jogar a bomba atômica na Ucrânia.
Três amigas, uma em Austin, no Texas e as outras duas, uma em Roma e outra em Milão, mostraram um print das previsões meteorológicas para as próximas semanas e os três lugares apresentam temperaturas, quase que diárias, de até 40°C; aqui, o julho mais quente de todos os tempos…
As explicações são muitas – o El Niño, o vento que sopra da esquerda para a direita, porque, se ventasse ao contrário, 2024 não seria tão quente quanto será. Latu sensu, claro.
Tradutora do inglês, do francês (juramentada), do italiano e do espanhol. Pelas origens, deveria ser também do russo e do alemão. Sou conciliadora no fórum de Pinheiros há mais de 12 anos e ajudo as pessoas a “falarem a mesma língua”, traduzindo o que querem dizer: estranhamente, depois de se separarem ou brigarem, deixam de falar o mesmo idioma… Adoro essa atividade, que me transformou em uma pessoa muito melhor! Curto muito escrever: acho que isso é herança familiar… De resto, para mim, as pessoas sempre valem a pena – só não tenho a menor contemplação com a burrice!
