25 de abril de 2024
Ricardo Noblat

Se cavar fundo pode encontrar

Tatu (Foto: Arquivo Google)

Pode ter surgido mais uma dificuldade para os que aspiram a concorrer à sucessão do presidente Michel Temer apoiados pelas forças políticas de centro: o Conselho Administrativo de Defesa Econômica decidiu investigar a formação de um cartel de empreiteiras responsável, somente em São Paulo, por obras estimadas em R$ 10 bilhões.
O período de atuação do cartel estende-se entre 2004 e 2015. Nesses 11 anos, São Paulo foi governado por Geraldo Alckmin, José Serra e Alberto Goldman, todos do PSDB. Alckmin e Serra querem disputar a vaga de Temer. Por essa altura, no próximo ano, o Brasil já terá um novo presidente, a ser empossado em 1º de janeiro de 2019.
No total, 22 construtores fizeram parte cartel – entre as principais, a Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS S/A e a Queiroz Galvão. A elas se juntaram posteriormente a Constran, CR Almeida, Galvão Engenharia, Mendes Junior e Serveng-Civilsan. O cartel tornou-se conhecido pelo nome de “Tatu Tênis Clube”.
Há fortes indícios de acerto de preços para a construção em São Paulo das linhas 2-Verde, linha 4-Amarela, 5-Lilás e Monotrilho. Fora outras obras igualmente importantes como a rodoanel e a ampliação da Marginal Tietê e das avenidas Jacú-Pêssego, Roberto Marinho, Cruzeiro do Sul, Chucri Zaidan, Corrego Ponte Baixa e Sena Madureira.
A eventual descoberta de que parte do dinheiro arrecadado pelo “Tatu Tênis Clube” possa ter financiado campanhas ou estufado o bolso de políticos seria o que faltava para azucrinar de vez a vida do PSDB e dos seus cardeais. É torcer para que as investigações se arrastem. Ou então para que o ministro Gilmar Mendes as suspenda por qualquer razão.
Fonte: Blog do Noblat

Ricardo Noblat

Jornalista, atualmente colunista de O Globo e do Estadão.

Jornalista, atualmente colunista de O Globo e do Estadão.

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