10 de maio de 2024
Colunistas Professor Taciano

A efemeridade do cargo – dos holofotes ao ostracismo

O grande “ barato “ de envelhecer é que você vai guardando no seu “HD”, as lições, fatos e experiências vividas ao longo seu percurso existencial aqui no plano terreno. A nossa mente é fantástica, e inesperadamente ela nos traz algumas lembranças.

Ao longo dos meus 62 anos, destes 37 anos dedicados à docência, me oportunizou a contribuir na formação de milhares de jovens, o que é um motivo de orgulho para mim e ao mesmo tempo de algumas decepções.

Se pararmos para pensar, o tempo é algo indescritível. Para os especialistas é a duração de fatos. É a maneira como contabilizamos os momentos, seja em horas, dias, semanas, séculos, etc. No cotidiano, o uso da palavra é basicamente empregado para determinar a duração dos acontecimentos. Entretanto, o tempo também é uma grandeza física, considerado uma das dimensões do universo.

Volta e meia, o tempo me apronta alguma surpresa desagradável, vou ser claro!

Ás vezes encontro ex-alunos que hoje exercem cargos importantes na sociedade, em suas diversas áreas, e lamentavelmente uma maioria desses ex-alunos não conhecem ou não querem conhecer o termo “Efemeridade do cargo”, afinal esses sentem uma necessidade imperiosa de mostrar que tiveram sucesso na sua jornada profissional e se deixam levar pela soberba, arrogância e prepotência e esquecem que são, hoje, o que são, graças a uma pequena contribuição dos seus mestres, …ou não?

Não entendam que o que escrevo nesse editorial é rancor, ou algo similar, mas sim uma triste constatação, ou por que não dizer, um resquício e decepção. Sou uma pessoa saudosista, e carrego no meu “HD”, os nomes e as imagens de todos os meus mestres, desde dos anos iniciais até os bancos acadêmicos e reverencio sempre que os encontro, aqueles que ainda permanecem vivos.

Tenho ex-alunos que até hoje ficam felizes quando me veem e se regozijam com a minha presença e fazem questão de abraço amigo, mas outros fazem o contrário, buscam se esquivar, sentam numa mesa frente a frente e evitam sequer fitar – olho no olho e nem sabe disfarçar e ficam constrangidos – eu pelo contrário, não! Sinto uma pontada de orgulho de vê-lo na posição que estão, afinal como diz Abrahão Maslow na sua Pirâmide das necessidades, eles atingiram um dos estratos superior, ou seja, o do auto realização profissional.

Lembro de alguns, que na condição de secretários de governos, assessores especiais, gestores de grandes empresas agirem tomados pela magia dos cargos, mas como tudo na vida tem começo e fim, esses também acabam, um mandato eletivo acaba, uma empresa acaba, uma demissão acontece e tempos depois te encontra e como se apagasse com uma espoja o que fez, ao te reencontrar, já sem a investidura dos cargos, te enxerga e vem te abraçar!

O que faço? O acolho!!! Afinal, o efeito da porção mágica acabou! Mas não me entusiasmo, pois é só uma questão de tempo para que essas pessoas sejam contaminadas de novo pelo poder e o cargo, e tudo voltar a ser como antes.

Mas enfim, a maioria das pessoas são assim. Estudaram tanto, se esforçaram tanto, conquistaram tanto, mas perderam a sua essência e identidade.

Fonte: Professor Taciano

Professor Taciano Medrado

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia (1987)-UNEB e graduação em bacharelado em administração de empresa - FACAPE pela FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DE PETROLINA (1985). Pós-Graduado em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL. Licenciatura em Matemática pela UNIVASF - Universidade Federal do São Francisco . Atualmente é proprietário e redator - chefe do blog o ProfessorTM

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade do Estado da Bahia (1987)-UNEB e graduação em bacharelado em administração de empresa - FACAPE pela FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS DE PETROLINA (1985). Pós-Graduado em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL. Licenciatura em Matemática pela UNIVASF - Universidade Federal do São Francisco . Atualmente é proprietário e redator - chefe do blog o ProfessorTM

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