3 de maio de 2024
Colunistas Paulo Antonini

Tudo antigo

De novo, nosso desespero, o gosto amargo da traição.

A desolação dos abandonados nos ninhos por quem julgavam que iria nos proteger sob suas asas.

Estamos entregues à nossa própria sorte ou azar.

O pior, desorientados, desconfiados até das nossas sombras.

Nesse momento, só a escuridão brilha e parece ser o caminho a seguir.

Saímos da euforia, da ilusão de sermos prósperos e livres, direto pata um calabouço de medos e angústias.

Não, nunca fui pessimista ou sombrio, tampouco, um idiota otimista.

A realidade que bateu nas nossas portas veio de mala e cuia para ficar sem aviso de tempo de estadia.

O que nos resta?

Alguns dizem, orar.

Confesso de joelhos, mãos espalmadas em riste, junto ao peito e apontadas aos céus, que até a fé e a esperança, em mim, se converteram em pó.

Triste sentimento esse, ilustra a enorme sensação de, pela primeira vez na vida, não saber para onde levaram o norte.

Que Deus tenha piedade de nós, se é que, de fato, existe Deus.

Paulo Antonini

Paisagista bailarino e amante da natureza. Carioca da gema, botafoguense antes do Big Bang.

Paisagista bailarino e amante da natureza. Carioca da gema, botafoguense antes do Big Bang.

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