Lula, o lobista da Odebrecht em Angola (Foto: Arquivo Google)
Com um sorriso matreiro, Emilio, pai do Marcelo, a dupla baiana proprietária da megaempresa Odebrecht, relata, sempre com leveza, como se estivesse relatando um fait-divers banal, de que modo a direção da empresa bolou a atuação do Lula de uma maneira que favorecesse o ex-presidente e ao mesmo tempo a empresa.
Fez do Lula o cartão de visitas da empresa. Como? Ao armar palanques para o boy fazer palestras onde expunha o nada que é o que ocupa sua mente vazia e receber, por esse feito fantástico, de 150 a 200 mil dólares por cada vez que se exibia em todo o esplendor de sua vaidosa ignorância.
Com essa manobra esperta, enchia a burra do petista e mantinha iluminado o nome Odebrecht.
Quer dizer, ao mesmo tempo em que atendia aos pedidos do amigo por cada vez mais dinheiro, ajudava a Odebrecht a se impor como um nome extraordinário a ser aprovado e aclamado em países onde falta tudo, menos dinheiro no bolso de seus governantes.
Nós, os brasileiros, habituados aos blablablas ocos e toscos do Lula, estranhávamos o montante que ele recebia por cada palestra. Como assim, tem louco disposto a pagar essa pequena fortuna para ouvir a churumela de sempre?
A explicação, dada agora por Emílio Odebrecht, é simples: a empresa bancava o orador e assim fazia propaganda de si mesma. Afinal, uma construtora que tem a seu favor um cara como o Lula, só pode ser uma boa empresa, calculavam os ouvintes.
Se Lula, o homem bom que se gaba de ter acabado com a pobreza no Brasil é amigo da Odebrecht, quem somos nós, pensavam os assistentes das palestras, para não aprovar quem nos abençoa com as obras dessa empresa? Assim era a propaganda da empresa baiana. E ainda tem quem ache que 200 mil dólares era um excesso?
A explicação é boa, pensei. Mas, ao mesmo tempo, duvidei que durasse muito. E não durou.
Lula é esperto, mas é bronco. Já Emílio Odebrecht é esperto e não tem nada de ignorante, é engenheiro formado pela Universidade Federal da Bahia.
Ele sabe, como afirmou seu filho, que não há político eleito sem uma bicada no Caixa 2. Sabia que Marcelo, embora determinado a não se curvar diante de uma delação, ia acabar falando. Sabia que nada merecia tanto sacrifício.
O filho preso há quase dois anos é um espinho na alma de sua mulher, dona Regina. Na dele também, presumo, mas ele precisa continuar a manter a Odebrecht viva. Tem uma empresa a zelar. Tem netos.
E assim os donos da Odebrecht resolveram falar. Falam, e como falam!
Começa o chorrilho de delações. Ainda levaremos muitos meses ouvindo empresários e políticos envolvidos com as manobras que tanto mal fazem a quem ouve.
Alguns são irônicos, alguns são risonhos, alguns são patéticos, alguns são firmes no que dizem, outros parecem duvidar do que falam…
Mas vem aí o depoimento do garoto-propaganda da Odebrecht. Será um espetáculo imperdível! Esse 3 de maio entrará para a História!
Será um depoimento ou uma delação? O que se sabe é que Lula convocou 87 testemunhas para defendê-lo. Como disse o ex-deputado Paulo Delgado, se a verdade é uma só, para que tantas testemunhas? (Coluna do Ancelmo Goes, O Globo, 20 de abril)
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