23 de abril de 2024
Turismo

Descobrindo o Douro – parte 2

Continuando nosso passeio pela região do Douro (semana passada), seguimos em direção a Pinhão pela EN222, margeando o rio Douro. Aí começou a grande emoção: dia lindo de sol (aliás, uma característica do mês de maio), o rio imponente e tranquilo, e aquelas vinhas até onde a visão alcança, trabalhadas em patamares ou socalcos, como os locais falam. E ninguém à vista, só alguns carros que seguiam pela estrada de vez em quando. Uma beleza impressionante, bucolismo e deliciosa sensação de paz.

Entrada do hotel Quinta do Pégo.
(Foto: Mônica Sayão)

Ficamos nossas 2 últimas noites no Hotel Quinta do Pégo, inaugurado em 2009, e que fica na beira do Douro, entre Peso da Régua e o Pinhão. Peçam um quarto com a melhor vista possível (todos têm vista) e curtam o visual. O hotel fica no meio das vinhas e o atendimento é excelente e acolhedor. Uma das funcionárias, Andrea, foi uma querida, e nossa companheira de papos enquanto sentávamos no pátio para um vinho, esperando o pôr do sol.

Acesso ao hotel Quinta do Pégo por uma estradinha entre as vinhas
(Foto: Mônica Sayão)
hotel Quinta do Pégo: vista do nosso quarto
(Foto: Mônica Sayão)
Hotel Quinta do Pégo: é aqui que sentávamos à espera do pôr do sol, com um delicioso vinho
(Foto: Mônica Sayão)
Hotel Quinta do Pégo: vinhas
(Foto: Mônica Sayão)

Como a Quinta do Pégo também é um hotel pequeno, com 10 quartos, o jantar é combinado com as funcionárias, sem cardápio, conforme os ingredientes do dia e de nossa vontade. Uma delícia e super intimista. Parecíamos estar em casa, só que no paraíso!
www.quintadopego.com
Nesta região há uma opção fabulosa para almoço ou jantar: o DOC, restaurante de um dos maiores chefs da gastronomia portuguesa, Rui Paula, que também fica entre a Régua e Pinhão, a uns 5min de carro do hotel. O restaurante fica sobre o Douro, com uma arquitetura surpreendente. A gastronomia lá é tão badalada que vem gente do Porto só para almoçar ou jantar. Um dos imperdíveis.

Restaurante DOC: alta gastronomia sobre o rio Douro
(Foto: Wall Street Journal)

Nos 2 dias que passamos na Quinta do Pégo passeamos muito de carro pela região. Optamos pelo carro ao invés do barco porque assim poderíamos bisbilhotar estradinhas com vistas surpreendentes. Fomos a Pinhão, que é bem pequena, e que tem de importante a estação de trem com os painéis de azulejos que retratam todo o processo viticultor do passado.

Estação de trem de Pinhão e seus famosos painéis de azulejos
(Foto: Mônica Sayão)

De lá fomos até Sabrosa, que eu recomendo muito pelo visual que se tem na estrada entre vinhas e montanhas. Esta não é uma rota turística, e a partir de Pinhão há setas indicando Sabrosa (9km de distância de Pinhão), que é a cidade do grande navegador Fernão de Magalhães. Um vilarejo simples, mas bem interessante. Vale o passeio, principalmente pelo encanto da paisagem trabalhada pelo homem.

Estrada que liga Pinhão a Sabrosa: visuais de tirar o fôlego
(Foto: Mônica Sayão)
Estrada que liga Pinhão a Sabrosa: detalhe dos patamares ou socalcos, onde as vinhas são plantadas
(Foto: Mônica Sayão)
Estrada que liga Pinhão a Sabrosa: mais um visual maravilhoso
(Foto: Mônica Sayão)
Vilarinho de São Romão: vilarejo de 300 habitantes no caminho de Sabrosa. A gente esbarrou em uma capela particular de 1460
(Foto: Mônica Sayão)
Vilarinho de São Romão: Depois vimos que a capela pertence à propriedade acima, hoje a Pousada de Vilarinho de São Romão
(Foto: Mônica Sayão)

Outro passeio bonito é seguir até São João da Pesqueira, cidadezinha de 8 mil habitantes, a 850m de altitude. De lá não se vê o Douro, mas se você for a algum dos miradouros próximos, como o de São Salvador do Mundo, terá vistas magníficas. A cidade é antiga, e tem construções barrocas bem interessantes.

São João da Pesqueira: cidade pequena e encantadora
(Foto: Mônica Sayão)
Miradouro de São Salvador do Mundo
(Foto: Mônica Sayão)

Um dos programas mais bacanas para quem aprecia um bom vinho é visitar as quintas produtoras, mesmo sem estar hospedado nelas. Há visitação informal ou agendada (a maioria), dependendo do viticultor. As que visitei e recomendo são:
• Quinta do Vallado
Uma das mais modernas e sofisticadas da região, seus vinhos têm sido muito premiados. Não tem a vista do rio Douro, mas a qualidade e requinte compensam. Ficamos hospedados lá uma noite, e no meu post anterior “DESCOBRINDO O DOURO – PARTE 1” contei mais.
www.quintadovallado.com
• Quinta do Crasto
Uma das mais tradicionais e bem conceituadas da região. A vista é de tirar o fôlego, com uma linda piscina de borda infinita sobre o rio! Fizemos visita guiada às vinhas, que terminou com um almoço excelente e exclusivo dentro da charmosíssima casa original da família, e claro, acompanhado de vinhos deliciosos! Linda, charmosa, exclusiva, cheia de história… Recomendo muito!
www.quintadocrasto.pt

Piscina da Quinta do Crasto
(Foto: Mônica Sayão)
Sala do nosso almoço na Quinta do Crasto
(Foto: Wine Tourism in Portugal)

• Quinta Nova N. S. do Carmo
Também maravilhosa, a Quinta Nova é maior, tem hotel (Luxury Wine House), restaurante, visita guiada e um pátio enorme e bucólico com vista para o Douro. Chegamos no final da tarde, a tempo de fazer apenas uma deliciosa prova de vinhos. Soube que ela abriu um Wine Museum Centre em setembro, um ótimo motivo para voltar.
www.quintanova.com

Quinta Nova N. S. do Carmo.
(Foto: Monica Sayão)
Prova de vinhos na Quinta Nova N. S. do Carmo
(Foto: Monica Sayão)

• Quinta do Seixo
Pertence à marca Sandeman, e é uma das mais comerciais da região. Por outro lado, é de fácil acesso, uma das mais baratas, tem a opção fazer apenas a prova de vinhos sem agendamento prévio, e arrisco dizer que possui uma das vistas mais maravilhosas do Douro (ainda que esse título seja difícil de definir!).

Vista da Quinta do Seixo
(Foto: Monica Sayão)
E para finalizar, deliciosos vinhos do Porto na Quinta do Seixo
(Foto: Monica Sayão)

Após 3 noites na região do Douro, e 2 posts falando sobre essa estadia, minha conclusão é: poderia passar uma semana nesse paraíso, e ainda seria pouco!

Mônica Sayão

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

“Arquiteta de formação e de ofício por muitos anos, desde 2007 resolveu mudar de profissão. Desde então trabalha com turismo, elaborando roteiros e acompanhando pequenos grupos ao exterior. Descobriu que essa é sua vocação maior.”

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