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No quintal da nossa casa começa uma reserva de Mata Atlântica, que se estende muito além das montanhas.
A não ser pelos sons e ruídos da natureza, o silêncio nos cobre como um manto sem cor, sem odor, sem sobressaltos.
Como adoro o silêncio.
Há as pequenas interrupções: o relógio do avô do Tomaz acaba de tocar 5 horas.
Os últimos dias de janeiro estão frios, com nevoeiro, raios e trovões, pancadas de chuva e sol, casamento de viúva e casamento de espanhol.
Os passarinhos vêm comer banana lavados pelas águas que caem do céu. Nem parecem se incomodar.
“Um raio
Fulgura
No espaço
Esparso,
De luz;
E trêmulo
E puro
Se aviva,
S’esquiva
Rutila,
Seduz!” …
N.A.: Excerto de “A Tempestade” de Gonçalves Dias (primeiros versos)
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Jornalista, fotógrafa e tradutora.