29 de abril de 2024
Colunistas Lucia Sweet

Roal Dahl

Depois que a editora inglesa Puffin-UK, um selo editorial da Penguin Random House Children, fez centenas de alterações nas versões originais dos livros infantis de Roald Dahl, até a rainha consorte Camilla fez um declaração discreta, mas firme, contra esse tipo de censura, ao exortar os autores a não deixar ninguém ” restringir a liberdade de expressão ou limitar a imaginação”.

Roal Dahl (1916-1990) é considerado um dos melhores contadores de histórias infantis do século XX e vendeu mais de 300 milhões de livros. Entre eles podemos citar “A fantástica fábrica de chocolate”, “Matilda”, “James e o pêssego gigante”, “O dedo mágico”, entre muitos outros.

Referências a peso, altura, saúde mental, sexo e cor da pele foram removidas e novas passagens adicionadas pelos editores para minimizar possíveis ofensas. Entre as palavras censuradas e substituídas temos gordo, feio, louco e até mesmo “feminino” (nos dois gêneros evidentemente).

A reação contra a censura foi tão veemente que, em um comunicado divulgado hoje (sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023), Francesca Dow, diretora administrativa da Penguin Random House Children’s, disse: “Na Puffin, publicamos com orgulho as histórias de Roald Dahl por mais de 40 anos em parceria com a Roald Dahl Story Company. Seu espírito travesso e seu gênio narrativo único encantaram a imaginação dos leitores por muitas gerações. “Ouvimos o debate na semana passada que reafirmou o poder extraordinário dos livros de Roald Dahl e as questões muito reais sobre como as histórias de outra era podem ser mantidas para cada nova geração.”

A editora confirmou que 17 títulos de Dahl também serão publicados sob o logotipo da Penguin, com o texto original, incluindo material de arquivo relevante para cada uma das histórias, e estarão disponíveis ainda este ano.

Ao que parece, a população mundial discorda da agenda da elite globalista e várias empresas do segmento cultural estão sendo obrigadas a recuar. A lacração já foi longe de mais, principalmente em tempos tão conturbados. Aqui a esquerda tentou censurar Monteiro Lobato e o “Sítio do Pica-pau Amarelo”. Por enquanto, que eu saiba, não conseguiu.

Na Inglaterra, na última terça-feira, os supermercados começaram a racionar frutas e vegetais depois que uma colheita ruim na Espanha e no norte da África deixou lacunas nas prateleiras dos supermercados. A rede Asda limitou os clientes a comprar, no máximo, três unidades de tomate, pimentão, pepino, alface, salada, brócolis, couve-flor e framboesa. A rede Morrisons só permite que cada cliente compre, no máximo, dois tomates, dois pepinos, dois alfaces e dois pimentões. Os donos esperam que as coisas melhorem nos próximos dias ou nas próximas semanas.

Mas não há nada como o humor britânico. O cartoon publicado hoje pelo The Telegraph, é um exemplo. Na Editora: “Você considera apropriado que com essa escassez de frutas e verduras um livro do Roald Dahl mencione um pêssego GIGANTE?”

Lucia Sweet

Jornalista, fotógrafa e tradutora.

Jornalista, fotógrafa e tradutora.

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