28 de abril de 2024
Colunistas Ligia Cruz

“Se me vir, chore”

As notícias que têm aparecido na mídia sobre a conjuntura europeia são assustadoras. Incêndios, seca e guerra precipitam um cenário nada alentador que deve impactar a economia de todos os países.

As cenas apocalípticas sobre a severa seca dos principais rios do continente e os incêndios florestais deste último verão deixam bem distante a impressão de que se trata do continente com os maiores PIB’s do mundo.

Foto: Google Imagens – Stern

A seca é tão dramática que afloraram  as hungersteine, as“pedras da fome”, na bacia do rio Elba e do Reno, na Alemanha. São registros de miséria e fome feitos em pedras dos leitos desses rios  por povos que habitaram a região séculos atrás. Uma inscrição de 1616, que aflorou no Elba, lê-se “se me vir, chore”. Uma prova do sofrimento das pessoas que viveram em situações extremas.

Há documentos que comprovam que houve também uma crise climática desastrosa em 1115, com inscrição em pedra nesse rio, cujo local não foi mais encontrado. O que nos faz pensar que essas ondas de calor são cíclicas e podem não ter  nada a ver com o tal “efeito estufa”, que tanto se alardeia e pouco se comprova.

Ambientalistas europeus acreditam que a seca está relacionada com o aquecimento global, que deve agravar ainda mais a situação nos próximos anos e provocar mais caos.

 Mas como explicar as inscrições  feitas em pedras do leito de rios europeus no primeiro século dos anos mil? O Brasil sequer existia como país e o desmatamento da Amazônia não era um pretexto de culpa pelos europeus. Tais fatos provam que não temos nada a ver com essas ondas de calor e ausência de chuvas. E isto não é uma ironia, mas um questionamento sobre um enredo sem pé, nem cabeça.

Desde 1850 anos a temperatura aumentou em 1,1 graus Celsius, o que na escala planetária é bastante significativa. E deverá se elevar até 1,5°C nos próximos 20 anos.

Outro fator que agravará os problemas ambientais da Europa são os reflexos da guerra na Ucrânia.

Com a interrupção do envio de gás e petróleo da Rússia para os países europeus, Alemanha,  França,  Inglaterra e demais signatários da Otan já voltaram a consumir carvão e não sabem como sobreviverão no próximo inverno.

A energia nuclear tem sido descartada no continente, mas provavelmente,  agora haverá um retrocesso. Pior do que tudo é que o colchão de proteção da economia da comunidade europeia já está sendo impactado e se desenha uma crise de maiores proporções. Países de economia mais frágil já começaram a sentir os efeitos da fúria da natureza e da falta de inteligência na contenção da guerra.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *