27 de abril de 2024
Colunistas Ligia Cruz

O perigo das lareiras ecológicas

Este texto foi publicado em um grupo do Facebook, com o objetivo de pedir às pessoas doações de sangue. Pai e filha correm risco de morte por terem partilhado de um trágico acidente. Uma inofensiva lareira ecológica “explodiu”. Para muitos algo raro, mas no sul do país esse encontro com a combustão explosiva, todos os anos, faz inúmeras vítimas. Uma história mais triste que a outra e a mídia está cheia delas.

Essas lareiras  são comuns, bastando para a estrutura uma base estável e firme, areia e  pedras. Por parecer rudimentar, as pessoas improvisam, acreditando que fabricar é mais econômico ou ainda  adquirir no mercado, entre inúmeros exemplares, modelos fora dos padrões do Inmetro.

Como se trata de um equipamento que necessita de  abastecimento por combustível, etanol ou simplesmente álcool, deve ser manipulado adequadamente para evitar uma combustão explosiva. Não é a lareira que explode mas o que alimenta o fogo.

Em duas situações diferentes, colhidas na mídia, ocorreram vítimas fatais. Recentemente, uma menina de 12 anos perdeu a vida por ter sofrido queimaduras em mais de 80% do corpo, em Lagoa Vermelha, RS. Estava com os pais, irmão e avó numa sala até que, ao abrir o galão para acender a lareira, ocorreu a explosão. O álcool se espalhou pelo ambiente, queimando a mobília e as pessoas. Toda a família foi para o hospital e a garotinha, foi transferida para Passo Fundo, em hospital com mais recursos, mas não deu para ela. O pai, que abasteceu a lareira, está devastado pela dor.

Em outro caso, um jovem médico, que foi a um bar com colegas, perdeu a vida com queimaduras por todo o corpo em situação semelhante.  Todas as mesas do local eram guarnecidas com essas lareiras e acesas por empregados do bar. Uma garçonete foi a responsável pelo acidente em questão ao abrir o galão de combustível. Além das queimaduras externas há a inalação dos vapores que provocam a queima das vias respiratórias e até mesmo os pulmões.

Muitos outros eventos como esses acontecem no país, pelas mesmas razões. É difícil saber exatamente qual foi a dinâmica do acidente que envolveu pai e filha, de São Paulo, do apelo abaixo, mas ambos foram afetados, talvez pela decisão de acender a lareira sem seguir as normas de segurança.

O fato de tais lareiras serem ecológicas, por não queimarem madeira, não significa que sejam isentas de riscos. E é justamente para isso que o Corpo de bombeiros chama a atenção de usuários.  O pedido de doação de sangue, por si só, já permite imaginar a dor vivida pelas vítimas e familiares. Esses fatos lamentáveis servem como alerta, portanto, ainda que pareçam dramáticos, servem para avisar aqueles que podem cometer os mesmos erros.

O apelo:

“Pessoal, se vocês tiverem contato com pessoas de SP, que são doadores de sangue, por favor, repassem nosso pedido de doação no hospital Israelita Albert Einsten,  em nome de Giulia Magalhães e João Cezar.

Ela tem 17 anos, estuda no colégio Vértice, e no último final de semana ela e o pai foram acender a lareira ecológica e ela explodiu.

Como o fogo pegou nela toda, o pai, João Cezar, pulou em cima dela para conter o fogo e também se queimou muito.

Ambos estão internados. Felizmente foram desentubados, mas ainda estão passando por muitos procedimentos cirúrgicos, chamados desbridamento,  que é a retirada das partes necrosadas da pele.

A situação de ambos é bem grave e a cada procedimento é necessária  transfusão de sangue, por esta razão todos nós estamos pedindo doação de sangue aos conhecidos.

É possível agendar pelo aplicativo do Einstein e o o estacionamento é abonado.  O tempo total entre entrada e saída é de 40 minutos.  Agradecemos por esse ato de solidariedade em nome da família.  Importante informar o nome deles ao doar.”

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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