25 de abril de 2024
Colunistas Ligia Cruz

Jack Ma saiu mudo, entrou calado

Foto: Google Imagens – Yahoo Vida e Estilo

Quando a crise pega para valer, a ordem é submergir e ficar fora do alcance da mídia durante um tempo.  Pelo que parece o magnata chinês, Jack Ma, fundador da grande empresa de e-commerce, Alibaba, e acionista de um dos maiores conglomerados de empresas do universo web, levou o mandamento a sério e tomou um chá de sumiço por um pouco mais de três meses, gerando uma enormidade de especulações. Foi decisão dele ou não?

O sumiço se deu no momento em que o Ant Group, dono da gigante de pagamentos online chinesa, a Alipay, decidiu abrir capital na bolsa de valores, com ofertas públicas (IPO), para incrementar os negócios. A intenção era a de oferecer ao mercado serviços no segmento de seguros, empréstimos ao consumidor e gestão de patrimônio, decisão que bateu frontalmente com os interesses dos bancos estatais chineses. Seus representantes foram à Xi Jinping reclamar. Imaginem o caos que a Alipay, encorpada, promoveria no setor financeiro oficial. Logo, Pequim mudou as regras e fez um cerco regulatório às grandes empresas de tecnologia estabelecendo limites de atuação.

Com a aplicação de lei antitruste, o Ant Group teve que refluir das decisões, pedir desculpas aos acionistas e devolver os valores. Na ocasião, Jack Ma ficou ensandecido e fez críticas duríssimas ao governo, para logo depois desaparecer. O chá de sumiço parece ter sido bem amargo.

O fiasco que o mundo dos negócios de tecnologia assistiu deu lugar ao questionamento do que poderia ter acontecido com Ma, após ele e seus pares perderem U$S11 bilhões.

Durante os três meses em que todos se perguntavam diariamente sobre o destino do fundador do Alibaba, muitas hipóteses foram lançadas, sendo uma delas de que ele fora arrestado. Até porque, Jack Ma também não compareceu ao show de talentos em que participava semanalmente. Nesta semana, ele ressurgiu em um vídeo, em um suposto encontro entre professores, sem nenhuma menção ao fato.

Óbvio que muita água rolou por baixo da ponte. Esse fato já aconteceu com outras figuras proeminentes do país, que teriam “passado dos limites” do que dita a bíblia chinesa. As pessoas desaparecem e ressurgem do nada como se nada tivesse acontecido.  É o estilo de Xi Jinping fazer as coisas. Mas, certamente, o 25° homem mais rico do mundo não tinha incomodado tão seriamente o comandante da segunda maior economia do mundo e líder do partido comunista chinês.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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