A Globo está saudosa dos tempos áureos da sua teledramaturgia. O que assistimos ontem na Globo, que aliás deve ter tido pico de audiência por conta da presença do presidente, foi uma encenação, travestida de tribunal da inquisição.
A dupla de ex jornalistas, agora atores, usou e abusou dos recursos de drama, exigindo juras do chefe de estado sobre a aceitação do resultado nas urnas. Como se soubessem que as urnas invioláveis, segundo eles, certamente, darão resultados inesperados.
O tempo todo foi de acusação e reprimenda. Coisa que a mamãe diz para o filhinho levado: “fique quietinho na sala de aula. Sem bagunça hein!”. Mas o papai diz: “você desrespeitou o juiz, digo o professor, na próxima vai ajoelhar no milho”.
Não bastasse o clima de novelão mexicano, a interpretação da repórter, com vozinha cálida, quase chorosa, reviveu a “sinhá moça” ou outra figura qualquer do naipe.
Cometeu a deselegância de chamá-lo apenas de candidato, como se ainda não aceitasse o fato dele ser o presidente há três anos.
Quanto sofrimento gente! Os mais sensíveis devem ter consumido caixas de lenços. Merecem aqueles prêmios inventados para dar a si mesmos.
O suposto “patrono” das Forças Armadas é de fato o Chefe do exército, da Marinha e da Aeronáutica. Todo presidente é. Então, fazer que desconhecem isso é uma tremenda baboseira.
Esse teledrama que a moribunda Globo fez foi medíocre, patético. Deu até vergonha de ver o que o jornalismo lá se tornou.
Para essa gente o Brasil não existe. Os valores da pátria também não, muito menos os princípios de cidadania.
O eleitor não vale nada nessa horda de endinheirados.
Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.