4 de maio de 2024
Colunistas Ligia Cruz

Apocalipse brasileiro

E não acabam os atos de covardia do réu mor. Ele segue aprontando das suas, dia após dia, desfazendo os feitos do último governo com ódio visceral, sempre superando seus índices de maldades e causando constrangimentos diplomáticos. E é só o começo da sua ópera bufa.

Foto: Google Imagens – Pleno News

O fato é que Lula não se importa com os outros. É um narcisista que se retroalimenta da própria ambição e manda às favas quem cai em desgraça ao seu lado, como ocorreu nesta semana com o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general da reserva Gonçalves Dias.

Ele se mostrou diante das câmeras, no criminoso ato de quebra-quebra no planalto em 08 de janeiro passado, tratando os baderneiros com rapapés, como em um encontro de velhos amigos. Um claro sinal do comprometimento do executivo e das demais forças da república com a pantomima mal editada.

Agora, a CPMI pode seguir seu curso para libertar os “golpistas”, que estavam diante dos quartéis rezando dia e noite. Junto o cacique Sererê, que passou o Dia do Índio na prisão por ter se manifestado contra as verdadeiras forças golpistas.

Trair não é exatamente um problema para Lula. Muitos são os que foram descartados durante sua trajetória política. Ex- fundadores do PT sabem muito bem disso.

Agora a ficha caiu nos Estados Unidos após a última passagem por aquele país. Ele foi lá mostrar-se, passar o chapéu e entregar a Amazônia, como se fosse um mercador de relíquias e tivesse em mãos um contrato assinado por todos os brasileiros.

Joe Biden apenas o recebeu por dever diplomático e porque há um mercado tradicional e vigoroso entre ambos os países, independente de quem esteja no comando.
Entretanto, lealdade é um item moral que faz parte das alianças regionais e comerciais entre as nações. E vale tanto quanto um papel assinado.

Agora, na China, Lula quase teve um jubiloso orgasmo diante do ditador, Xi Jinping, o principal opositor dos Estados Unidos. O chinês não é nenhum fanfarrão, nem um simpático profissional como o americano. É um sujeito ardiloso, desses que não perdoam quem contesta sua autoridade. Ele simplesmente tira do seu caminho.
Quem mais ouviu falar de Jack Ma, fundador e presidente do Alibaba Group? Ele desapareceu da mídia e da vista de todos, depois de bater de frente com Xi Jinping. Supõe-se que foi relegado ao ostracismo e, provavelmente, esteja proibido de subir no mesmo palco que ele.

Como a China tem interesses geopolíticos na América do Sul, pela proximidade com os Estados Unidos com quem disputa o posto de número um no mundo. Sem contar o grandioso projeto da “nova rota da seda”, que pode alcançar essas paragens para além da Ásia, através ligações marítimas e terrestres.

Todo o cenário de convencimento de uma união sino-brasileira estável foi armado com requintes de sedução e grandiosidade, que os chineses sabem promover muito bem.

E, para prender na sua teia o “chefe brasileiro”, que se empolga facilmente com confete dourado, bastou fisgá-lo com pompa e circunstância. Lula não consegue esconder a sua afetação quando está diante de chefes de estado, nem como se mimetiza nos ambientes de poder.

Óbvio que ele vendeu a Amazônia a este também. Com a conversa mole de que essa região é de “todo o mundo”, ele está franqueando nossa maior floresta, como se fosse uma virgenzinha estreando no prostíbulo. Só que o ditador chinês vai cobrar. E caro. Mas nós também.

O modelo de corrupção petista, que azeitou as engrenagens do Mensalão e do Petrolão, já está manjado e não vai funcionar com a China porque esta costuma levar seus próprios construtores e técnicos para gerir suas obras em outros países.

A volubilidade de Lula é do tamanho de sua vaidade. Ainda mais agora que ele tem tudo: o poder, o esquema, a biografia secreta de quem está nas suas fileiras e as informações estratégicas.

A camarilha está fechada em espadas protegendo-se, amontoando evasivas para os atos escusos. Todos têm os mesmos pecados, são réus em muitos processos.

Os aliados podem soltar fogos para comemorar a vitória contra o povo, brindar com o melhor dos vinhos, ser borrifado com os mais caros perfumes, voar para outros continentes, caminhar junto de desconhecidos. Mas não entre nós brasileiros.

O melhor dos prêmios para um homem público é ser aplaudido e carregado pelo seu próprio povo. Isso jamais será seu outra vez. O seu carisma também é um blague, foi forjado por uma trama de poder.

Quantos o entregaram em troca de delação premiada, para reduzir as próprias penas por crimes cometidos contra os cofres públicos? Foram muitos e igualmente condenados.

E o que fazem os ministros da corte? Seguem cobrindo suas pegadas, tão somente porque também estão juntos e misturados nas tramoias que o levaram ao poder.

O livramento não virá de dez ou onze. Isso é matematicamente fácil neste país. Nem de Deus. Ele não se mete nessas coisas. Tem o universo inteiro, mais o seu tanto de infinito para cuidar. E não virá da equipe de doutores que cuidam de suas verrugas, micuins, borrascas e trapaças a preço de ouro. Mas da vida. O caráter genuíno não tem cura, nem remendo que baste.

Esqueça tudo o que ganhou e construiu com mentiras. Fique com sua solidão barulhenta, cheia de pecados porque você perdeu o único bem sagrado que é a liberdade de andar livremente entre nós.

A vida é didática, ensina de muitas formas. Lembre-se de que representa apenas um terço dos eleitores. O restante é contra e se abstém diante do cansaço de dar seu voto.

O que virá é apenas o começo do apocalipse brasileiro. Prepare-se, não será fácil.

Ligia Maria Cruz

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

Jornalista, editora e assessora de imprensa. Especializada em transporte, logística e administração de crises na comunicação.

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